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Sexta-feira, 10 de maio de 2019

Xico Graziano aponta 10 desafios do agronegócio

Se o mundo mudou tanto, nos últimos anos, que caminhos se apresentam para o futuro do produtor rural e do agronegócio no Brasil? Para o agrônomo e professor Xico Graziano, o segmento está diante um cenário novo, o que exige já, de agropecuaristas e agroindústrias, sintonia com as tendências globais. Dentro do projeto CBN Agro, da Rádio CBN de Londrina, ele abordou a questão em palestra no dia 8 de abril, no Vittace Centro de Eventos, em Guarapuava, com o tema “Os 10 desafios para a Sustentabilidade do Agronegócio.

Em sua análise, Graziano considera que o Brasil precisa abrir mais sua economia, fazer crescer o mercado interno e adotar mais a meritocracia. Ele destacou ainda que hoje, no mundo, a compliance (transparência) é uma das tendências mais importantes para as empresas se manterem no mercado. Também no agronegócio brasileiro, avaliou, a sustentabilidade econômica passará por adotar os princípios de transparência.

De acordo com ele, o setor deve considerar outra tendência: a da economia de baixo carbono. “A conta que se está fazendo no mundo é: quanto de carbono que se gastou para produzir uma tonelada de soja?”, exemplificou.  

Manter-se no mercado, acrescentou, dependerá igualmente de mais um desafio: corresponder à crescente demanda por alimentos saudáveis, que tenham rastreabilidade até a origem. “Nós temos que garantir que aquilo que produzimos é saudável. Temos que ter controle”, afirmou.

Além de se adaptar às inovações tecnológicas que se sucedem o tempo todo, Graziano ressaltou que as gerações nascidas no século passado precisam perceber que, no século XXI, as soluções não vêm mais de uma única pessoa, mas da cooperação: “Até há 20 anos, mais ou menos, existiam os grandes inventores. E o Prêmio Nobel era dado para um ‘baita’ inventor. Hoje em dia os prêmios Nobel em geral são repartidos. Os cientistas trabalham em redes. As idéias são compartilhadas”.

Para o palestrante, no entanto, o maior desafio do agronegócio brasileiro “é pensar fora da caixa”. Segundo enfatizou, isso será importante até mesmo para que os produtores consigam manter suas entidades de representatividade. “Estamos acostumados a pensar dentro da caixa”, comentou. E completou: “A Federação da Agricultura está com esse desafio agora, o presidente do sindicato rural tem esse desafio. Acabou a Contribuição Sindical obrigatória. O que é que nós vamos fazer? Como é que vamos pensar fora da caixa? Como é que vamos agregar pessoas? O que é que eu posso oferecer, para que a pessoa venha? É um desafio”. Graziano elogiou ainda a iniciativa Sustentabilidade Sindical, da FAEP, que na manhã seguinte realizaria uma de suas etapas regionais em Guarapuava, com o Encontro de Líderes Rurais.

Esse ano, o CBN Agro contou com a parceria da Rádio Massa, além de vários apoiadores, entre os quais a FAEP. O roteiro incluiu também Ponta Grossa, Londrina, Cascavel, Toledo, Umuarama, Maringá, Campo Mourão e Campo Grande (MS). Em Guarapuava, o Sindicato Rural tem sido um dos apoiadores locais. Da entidade, compareceram o presidente, Rodolpho Botelho, diretores, sócios e também o presidente da FAEP, Ágide Meneguette, com outros membros da federação.

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