Peste Suína Africana

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Quarta-feira, 18 de dezembro de 2019

Peste Suína Africana

Acadêmicos do núcleo de estudos de Aves e Suínos (UNICENTRO)

Douglas Bagio Tonon, Glenda Barcarollo ,Mylena de Oliveira e Tarlys Pagnoncelli - Professor: Paulo Roberto Ost  

A PSA é causada por um vírus de DNA, pertencente à família Asfaviridae, sendo considerado altamente virulento e capaz de levar a alta mortalidade no plantel. Os animais acometidos são principalmente suínos domésticos e selvagens.

 Sua disseminação ocorre de forma rápida, por meio do contato direto entre suínos infectados e susceptíveis; ou através da ingestão de produtos de origem suína contaminados com o vírus, ou ainda por meio de carrapatos, quando estes sugam o sangue de um suíno infectado e depois alimentam-se do sangue de outro suíno saudável. Diversos países estão relatando que javalis selvagens são um dos culpados pela disseminação da PSA. Isso nos auxilia e direciona para um dos métodos mais eficazes para prevenir a doença que seria a criação de suínos sem contato com demais animais.

Os principais sinais clínicos apresentados pelos animais acometidos são: febre, perda de peso, apatia, lábios e pele com coloração azulada incoordenação motora, aumento da frequência cardíaca, entre outros. Além disso, podem apresentar hemorragia interna em órgãos como baço, rim e linfonodos.

Mercado Mundial

    A China é o maior produtor de carne suína do mundo, produzindo cerca de 54 milhões de toneladas/ano. Possuía como base uma produção autossustentável, porém com a crise da peste suína africana, que também atingiu outros países da Ásia e Europa, fez com que houvesse uma perda econômica significativa em um curto espaço de tempo.  A situação forçou criadores chineses a abater mais de um milhão de porcos devido ao surto da doença.

Os primeiros casos de peste suína africana por lá surgiram em agosto de 2018. Para tentar conter o avanço da doença, órgãos competentes estão fazendo o abate sanitário do plantel. Com isso, perdeu-se cerca de 20% da produção, algo equivalente a 10 milhões de toneladas de carne.

Trata-se de uma doença que ainda não possui vacina e para qual ainda não se encontrou a cura, onde ocorre abate de 100% dos animais de rebanho que adquirem essa doença, ou seja, se apenas um animal for detectado com a doença em uma propriedade com mil animais, todo plantel deve ser descartado. Sendo assim ela apresenta uma grande importância, tanto sanitária quanto econômica. Para se ter uma base, desde o primeiro caso em 2018 até hoje, os chineses abateram cerca de 313 milhões de carcaças em uma tentativa de evitar que a doença se espalhe cada vez mais, isso corresponde, quase 50% de todo o rebanho nacional (a China possuía um rebanho de 683 milhões de animais).

O presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Francisco Turra, explica que, como o suíno demora oito meses para chegar ao ponto de abate, o Brasil não consegue imediatamente aumentar a oferta de carne suína para a exportação. Mas, o país já se beneficia como o crescimento da demanda chinesa por outros tipos de carne.  Com uma grande perca de produção dessas, consequentemente o país irá diminuir o consumo de carne suína, abrindo assim, mercado para outras proteínas animais, tais como aves e bovinos.

A China nesses três meses já se tornou a maior importadora de carnes de suínos e, para a nossa surpresa, de aves, suplantando a própria Arábia Saudita, que foi, durante 20 anos, o maior importador. Eles perderam espaço porque a China está precisando de proteína animal.

A tabela abaixo demonstra o aumento na exportação mundial da carne suína após o surto de PSA em 2018 e 2019:

 

      Exportação de carne suína em volume (em mil ton)

Principais destinos

Jan-jul 2018

Jan-jul 2019

  Variação

China

88

115

31%

Hong Kong

98

91

-8%

Rússia

Mercado fechado

28

Sem variação

Chile

17

26

53%

Uruguai

21

25

29%

Singapura

21

22

2%

Argentina

21

19

-10%

Angola

20

18

-8%

Geórgia

8,3

11

35%

Vietnã

1,6

8,8

463%

Outros

44,36

44,7

-1%

 

                                                                                   Fonte: ABPA

 

Atualmente, o Brasil encontra-se ciente da enfermidade, e vem procurando meios de combate e prevenção, visando impedir a entrada e disseminação da doença dentro do território nacional.

 No país existe um sistema de vigilância das síndromes hemorrágicas que inclui a realização de testes laboratoriais para PSA como diagnóstico diferencial de Peste Suína Clássica (PSC).

Fiscalização das fronteiras, inspeção da carne comercializada e conscientização dos produtores sobre estratégias preventivas, vêm sendo executadas de forma rigorosa, para que o Brasil continue sendo uma área livre da enfermidade e, com isso, mantenha-se referencia para o mercado da carne suína mundial.

Convite

Convidamos todos os interessados na área de suinocultura e avicultura para as reuniões semanais do NEAS (Núcleo de Estudos em Aves e Suínos) que acontecem às quartas-feiras, às 18 horas, no Bloco 6 do Campus Cedeteg – Unicentro.

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