Quarta-feira, 22 de abril de 2020
A Guarácampo realizou seu 2º Circuito Técnico no dia 27 de fevereiro, na BR 277, em frente à sede da empresa. Nesta edição, 23 empresas parceiras estiveram presentes, mostrando produtos e serviços a produtores rurais da região.
O gerente comercial da Guarácampo, Anderson Luis Rodrigues explicou que o evento surgiu para mostrar novidades aos produtores rurais. “Queremos apresentar as mais recentes tecnologias de mercado aos clientes (e possíveis clientes) e supri-los de informações técnicas, para que eles tenham melhores resultados no campo. As palestras foram temas demandados pelos clientes e fornecedores, buscando disseminar conhecimento técnico. A ideia é que ano a ano esse evento se torne maior e com mais qualidade”. Durante todo o dia, mais de 130 pessoas passaram pelo evento.
Além da visitação nos estandes, a programação incluiu duas palestras técnicas. Confira o resumo:
Custo benefício do controle de plantas daninhas na cultura da soja com uso de herbicidas pré-emergentes
Vitor Spader – Mestre em Herbicidas e Plantas Daninhas (UFRGS/RS)
“Na cultura da soja, há várias moléculas, vários produtos que podem ser utilizados antes da emergência da cultura e da planta daninha. Eles controlam muito bem espécies de plantas daninhas que possuem problemas de resistência ou tolerância ao glifosato. A vantagem de usar os herbicidas antes das plantas daninhas emergirem é que o produtor consegue manter a cultura livre de infestações logo no início do ciclo, período em que essas plantas causam maior dano para cultura, porque quando elas germinam com a cultura, elas competem pelos recursos, como água, nutrientes, luz, etc. De modo geral, o produtor deve limpar a área, plantar a soja e aplicar em seguida os herbicidas. Com a primeira chuva, ele incorpora no solo e controla as sementes de plantas daninhas. O produtor enxerga como custo esta aplicação, mas se sobrarem plantas daninhas que ele não consiga controlar com glifosato, elas vão causar uma redução no rendimento da soja, que na maioria das vezes, é muito maior do que o custo com os herbicidas. Deixando as plantas daninhas lá, o produtor está perdendo muito mais do que com aquilo que ele gasta para controlá-las. Então, controle pré-emergente não é custo, é investimento”.
Como sistemas de cultivo podem influenciar sobrevivência de patógenos e intensidade de doenças
Louise Larissa May de Mio - Mestre e doutora em Fitopatologia pela Esalq/USP professora da Universidade Federal do Paraná (UFPR)
“Nós avaliamos doenças de plantas, tanto patógenos que ocorrem no solo e que provocam doença em plantas, como os da parte aérea em diferentes sistemas de produção. Comparamos o sistema de plantio direto normal, que chamamos de convencional, com o sistema que integra lavoura e pecuária e o que integra lavoura, pecuária e floresta. Algumas das nossas conclusões foram que a maioria das doenças tem uma incidência menor nos sistemas mais complexos, ou seja, nos sistemas que envolvem tanto a parte animal, como agro e floresta. Esses sistemas reduzem doenças, enquanto o sistema menos complexo se apresenta mais favorável à doença. A única doença que foi exceção e que apresentou maior incidência no sistema integrado com floresta, devido ao sombreamento, foi o oídio. Mas as outras doenças, como as foliares do milho, as ferrugens tanto do milho, quanto da soja, foram reduzidas nos sistemas mais complexos. Mas o sistema integrado não é uma solução a curto prazo. É a médio e a longo prazo. O primeiro passo para implantação do sistema integrado é ter uma boa assessoria técnica e ter referências de propriedades que já implantaram o sistema. É preciso implantar aos poucos o sistema de produção dentro da propriedade. E não esperar esse resultado de redução drástica de doença na primeira ou segunda safra”.
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