Segunda-feira, 04 de novembro de 2019
Uma mobilização histórica marcou a audiência pública do dia 28 de agosto, na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep): o Sistema Faep/Senar organizou caravanas em várias regiões do estado, para que produtores rurais participassem do debate do Paraná Livre de Febre Aftosa sem vacinação. Ao todo, mais de duas mil pessoas estiveram presentes.
O Sindicato Rural de Guarapuava e o Núcleo dos Sindicatos Rurais do Centro do Paraná mobilizaram uma caravana da região. Produtores rurais, técnicos e acadêmicos de Medicina Veterinária de Guarapuava, Laranjeiras do Sul, Candói e Pinhão foram até Curitiba para participar da audiência.
Durante o ato, um dos pronunciamentos mais importantes foi o do secretário de Estado da Agricultura e Abastecimento, Norberto Ortigara, que anunciou que o governador Carlos Massa Junior autorizou a realização de um concurso público que prevê 30 vagas para médicos veterinários e 50 para técnicos agrícolas. Esta era a última pendência para que o Estado pudesse solicitar ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), em setembro, o reconhecimento como área livre de febre aftosa sem vacinação. Assim, no próximo ano o Mapa poderá solicitar à Organização Mundial da Saúde Animal (OIE) o reconhecimento internacional do Paraná como território livre da doença sem imunização. Este último, caso aprovado, passará a ter validade em 2021.
O presidente da Federação da Agricultura do Paraná (FAEP), Ágide Meneguette, agradeceu a presença dos produtores rurais e pecuaristas: “Eu queria agradecer a todos os produtores que pegaram ‘busão’ e vieram aqui”, disse Meneguette. Em outro momento o presidente afirmou: “O governo não administra só prioridades. Administra pressão. Aqui está uma pressão ordeira, mostrando que queremos que o Paraná avance”.
Meneguette ainda lembrou que, hoje, a agropecuária é responsável pela geração de 53% do que se produz no Estado. Com o novo status, a expectativa é de que a importância do agronegócio se torne ainda maior.
Quem propôs a realização da audiência pública e a dirigiu foi o deputado estadual Anibelli Neto, que também é presidente da Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Alep. Para ele, a conquista do novo status da pecuária do Paraná em relação à Febre Aftosa, “representa muito mais para a economia do Paraná do que trazer 20, 30 ou 40 empresas com isenção de ICMS. Estamos prestigiando a vocação e o povo do Paraná”.
O presidente da Comissão Técnica de Bovinocultura de Corte da Faep, Rodolpho Luiz Werneck Botelho, que também é presidente do Sindicato Rural de Guarapuava, falou sobre a importância do ato. “Eu acho que a Assembleia está de parabéns. É importante levar informação e conhecimento para todas as classes, saber da importância da sanidade e de um processo de área livre de aftosa e o que isso causa não só a nível nacional, como internacional”. Botelho ainda comentou sobre a relevância e o impacto da sanidade na produção de alimentos, em especial da carne. “O Paraná hoje é um estado pequeno, tem 2,3% do território nacional, mas é o maior produtor de carnes do Brasil. E o que nós precisamos é ter sanidade. Hoje o mercado internacional se baseia em sanidade e qualidade, isso abre o mercado do estado para novos consumidores, que além de pagar melhor, servem como um cartão de visita para outros negócios”.
O presidente do Sindicato Rural de Laranjeiras do Sul, Miguel Luiz Severino Alves, também participou da audiência. “Eu fiquei muito orgulhoso de participar e ver a assembleia lotada de produtores rurais foi uma demonstração da pujança da agropecuária paranaense. A importância do assunto, da retirada da vacinação da Febre Aftosa, é que vai fazer muita diferença na pecuária paranaense. E fico feliz pelos pecuaristas reconhecerem isso e participarem do ato, mesmo com tantos afazeres nas propriedades rurais. Temos que nos unir cada vez mais”.
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