Terceirização no agronegócio vem ganhando espaço e mercado

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Terça-feira, 26 de março de 2019

Terceirização no agronegócio vem ganhando espaço e mercado

Para o produtor rural nem sempre adquirir uma máquina agrícola como colhedora, plantadeira ou pulverizador é um investimento que cabe dentro do orçamento. Com preços que podem alcançar mais de R$ 1 milhão de reais, aumentar a frota de maquinário deve ser algo pensado e planejado. 

Para evitar o custo de adquirir uma nova máquina, custos operacionais, trabalhador capacitado para operar, entre outros, o produtor rural tem visto na contratação de serviço terceirizado uma opção viável. Neste caso, investir menos pode ser ganhar mais.

Sergio Alves Teixeira, produtor rural em Guarapuava, terceiriza a colheita das suas propriedades desde 1996 e parte do plantio desde 2015. “Optei pela terceirização para dar agilidade aos processos, evitando altos investimentos em maquinário e menor quantidade de mão de obra fixa”.

Para Teixeira, a terceirização só trouxe vantagens. “Tenho agilização dos processos, menor custo de mão de obra, menor comprometimento financeiro (aquisição de máquinas), zero preocupação com oficinas ou abastecimento, dentre outras. A empresa que presta os serviços nas minhas propriedades dispõe de estrutura logística adequada, além de ser de extrema confiança”. Quem presta os serviços nas fazendas Anta Gorda e Laura, propriedades de Teixeira, é a empresa de Thiago Castelli. O proprietário conta que está no ramo há mais de 30 anos. “Meu pai foi quem começou o negócio. A área dele era pequena, então partimos para uma renda extra, com serviços de colheita, transporte, plantio e pulverização".

Segundo Castelli, como a empresa já tem tradição na região de Guarapuava e Goioerê, nunca faltam clientes nos meses de safra. “Porém, a resposta já foi melhor. Hoje os custos estão muito altos de manutenção de máquinas e os valores a nível de Brasil estão bem abaixo do esperado. Venho há quatro anos só empatando”. O sistema que ele utiliza para colheita é a cobrança a partir da porcentagem, já no plantio e pulverização, o valor cobrado é por hectare.

 

De olho no feijão

Diovani Silvestrin, além de ser produtor rural, há alguns anos começou a prestar serviço de colheita de feijão e soja. “Meu nicho principal é a colheita de feijão. Sempre ouvia falar: ‘eu não planto feijão porque não tenho máquina para colher’. Então, observei uma lacuna de mercado a ser preenchida”.

Ele vem atendendo a região em municípios, como Guarapuava, Turvo, Boa Ventura de São Roque e Goioxim. “É um mercado que ainda tem bastante espaço para explorar. Tem um pessoal que vem do Norte do estado para colher soja, mas na época da colheita do feijão aqui é época de colheita de soja lá. E também as máquinas não são adaptadas para feijão. Eu optei por adquirir uma colheitadeira Case, porque é reconhecida mundialmente como a melhor para colheita do feijão. E no campo, estamos confirmando isso. Os clientes têm ficado satisfeitos. Toda safra já tem gente nova me procurando e os que eu já colhi, me procuraram de novo”.

Como produtor rural, Silvestrin percebe que máquinas modernas requerem um investimento muito alto para um pequeno ou médio produtor. “No meu próprio caso, que sou um produtor médio, uma máquina com essa tecnologia é incompatível com a minha realidade e tamanho de área. Mas como ela trabalha antes e depois da colheita da soja, ela se paga e eu consigo colher na minha área com uma qualidade superior do que se eu adquirisse uma máquina mais antiga ou com menos tecnologia”.

A negociação com os clientes, segundo Silvestrin, inicia já no plantio. “Assim conseguimos fazer um cronograma que satisfaça os clientes e que a gente consiga atender a todos”. Quanto à forma de pagamento, ele optou por fazer o sistema hectare colhido. “A questão de porcentagem pode variar muito. Tem produtores que tem mais de um campo de colheita e eu estou colhendo no mesmo dia, então fica difícil de monitorar”.

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