Sexta-feira, 18 de dezembro de 2020
Tecnologias que utilizam a natureza como base para manejos inovadores e sustentáveis na agricultura têm ganhado espaço, entre as iniciativas da pesquisa, e repercussão, entre os produtores. De seu lado, especialistas estudam e definem alternativas, sem deixar de ressaltar que, assim como as demais opções, aqui também é preciso critério técnico na utilização. Do lado dos agricultores, vários começam a buscar informação sobre o assunto. Outros, em diversos estados, dão seus primeiros passos com aquelas ferramentas em lavouras comerciais. Nesta terceira reportagem da REVISTA DO PRODUTOR RURAL sobre este tema, pesquisadores falam sobre plantio direto, adubação verde e os remineralizadores. Já no âmbito dos insumos biológicos, mostramos que um grupo voltado à produção agrícola realizou, em 2020, seu primeiro experimento com aquela tecnologia numa cultura de inverno.
Desde que os bioinsumos começaram a ganhar mais projeção na agricultura brasileira, em anos recentes, diversos produtores, de diferentes quadrantes do país, vêm se interessando em testar ou aplicar aquela alternativa em suas áreas. No centro-sul do Paraná, o assunto também tem chamado a atenção. Neste ano, o Grupo Reinhofer decidiu estruturar numa de suas propriedades, em Pinhão (PR), uma biofábrica no sistema on-farm e realizar um primeiro experimento, de 120 hectares, com insumos biológicos numa de suas tradicionais culturas de inverno: a cevada. Em entrevista, dia 5 de novembro, um dos membros da família que dirige o grupo, o produtor Bruno Reinhofer, resumiu que o objetivo foi uma quebra de paradigma: cultivar aquele cereal sem inseticida e fungicida químicos. Entretanto, lembrou, o primeiro passo foi buscar conhecimento sobre a montagem das instalações, de modo que estivessem de acordo com padrões de segurança e qualidade já em vigor no grupo; a forma de utilizar os produtos, adquiridos de uma empresa fornecedora, de Goiás; e sobre a experiência prática de quem já iniciou no uso de biológicos. “Inclusive visitamos o produtor Sérgio Veit e seu agrônomo”, disse, referindo-se ao agricultor que possui uma empresa de produção de sementes em Guarapuava e que contou à REVISTA DO PRODUTOR RURAL como começou a usar bioinsumos em sua propriedade, na segunda reportagem da série sobre manejos sustentáveis (edição nº 81). “Fomos à região de Ponta Grossa também, onde visitamos um produtor de grande porte. Essa ideia de instalar um experimento aqui no próprio grupo iniciou em abril, maio”, completou.
Ao mesmo tempo, no que se refere a indicações sobre a aplicação de bioinsumos especificamente na cultura de inverno escolhida para o experimento, Reinhofer relatou haver encontrado muito poucas, nas buscas que realizou: “São quase que nulas as informações que você tem, com dados científicos, de uso de biológicos na cevada”. Por outro lado, apontou, com as referências obtidas, a ideia do ensaio era também dar ao grupo a possibilidade de conhecer melhor aquela tecnologia – que, como elencou, apresenta diferenças no manejo: “Enquanto você entra, mais ou menos, num ano normal, de quatro a cinco vezes no químico, no biológico, entraria o dobro. Geralmente a cada 15 dias, até para manter a qualidade do padrão da lavoura”. Na área experimental, também foi adotado um novo horário de aplicação: “Outra questão que respeitamos muito, neste experimento, foram as aplicações noturnas. À noite também é mais fácil, porque, assim, problema de umidade já é quase inexistente. Às vezes tem problema de vento”.
Ao final deste primeiro contato com os bioinsumos, segundo o produtor, os resultados foram parecidos aos dos manejos tradicionais. No quesito sanidade, avaliou, o ensaio correspondeu às expectativas: “A gente já colheu essa cevada semana passada. A classificação ficou tão semelhante ao químico que não teve problema, por exemplo, com micotoxina”. No que se refere a pH, também: “A classificação do químico foi muito semelhante à do biológico”.
No entanto, ele destacou que, numa próxima vez, modificaria um detalhe: a utilização da uréia. Segundo recordou, a decisão, no início, foi não recorrer àquele fertilizante, devido ao receio de que o produto, numa área em que também estava sendo utilizado o microrganismo azospirillum, pudesse provocar acamamento. “Porém vimos, na prática, que esse receio a gente não precisa ter. Porque, colocando um produto fisiológico ali – que hoje tem o ponto certo para estagnar a altura da planta –, mesmo tendo a aplicação do azospirillum, que é um biológico, podemos entrar com a uréia, que não teremos esse problema de acamamento”, observou.
Já no quesito custo, ele comentou que o valor despendido por hectare no ensaio (incluindo a ureia) se mostrou um pouco maior do que nas outras áreas de cevada do grupo nesta safra. Porém, ressaltou que, no ensaio, se decidiu aumentar a dose dos biológicos para garantir a meta de produzir dispensando fungicidas e inseticidas. Além disso, como especificou, o manejo incluiu ainda o fungo Trichoderma, aplicado visando beneficiar a próxima cultura a ser implantada no mesmo local. Por isso, Reinhofer considera haver espaço para reduzir aquele valor: “No nosso experimento, resolvemos duplicar a dosagem e as entradas. Por uma questão mesmo de receio de não conseguir chegar até o final do ciclo da cultura sem a entrada do químico. Acredito que com mais pesquisa, principalmente dos microrganismos e também das dosagens, a gente consiga chegar tranquilamente num custo mais barato do que o do químico”.
Já a produtividade da cevada utilizada no experimento ultrapassou a da mesma variedade que o Grupo Reinhofer produziu em suas outras áreas nesta safra: “Superou a média”. Em contrapartida, o produtor ponderou que este desempenho se situa dentro dos padrões, quando comparado com o total das cultivares daquele cereal de inverno em 2020: “Se você contar todas as cevadas, ficou dentro da média”.
Perguntado se o grupo cogita realizar mais experimento para conhecer melhor a tecnologia dos bioinsumos, Reinhofer responde afirmativamente: “Sim, com certeza. Acho que a questão de biológico está crescendo de forma exponencial. E se está crescendo de forma exponencial é porque tem um retorno prático e a campo. O que a gente tem de grande desafio, na minha opinião, é utilizar os conceitos teóricos, que existem, em modelos práticos, aplicáveis. Porque o microrganismo, numa certa região, tem um comportamento ‘x’, que pode ser diferente numa outra região. A gente tem uma avenida de pesquisa”.
Certo, para ele, é que o ensaio mostrou a viabilidade de um novo manejo – o que, como destacou, não necessariamente descartaria por completo o uso de outras tecnologias já conhecidas: “O fato é que esse experimento quebrou esse paradigma. A cevada é uma cultura muito sensível, desde fertilidade até a questão de sanidade. E a gente conseguiu fazer um ciclo da cultura, numa área significativa, que são esses 120 hectares, sem a entrada de nenhum fungicida ou inseticida químico. Então, é possível? É. O desafio agora, além ter quebrado esse paradigma, é buscar o melhor manejo possível. E quando falo o melhor manejo possível, não estou falando que o químico não entra. Porém, ele deve entrar com menos participação”.
Segundo concluiu, existe outro ponto positivo: “Não podemos esquecer que a tecnologia dos biológicos tem a vantagem, que vem de carona, que é a questão da sustentabilidade. Então, usar os produtos biológicos, com certeza, dará um status de sustentabilidade no campo bem maior do que nos modelos que estamos fazendo hoje em dia”.
Pó de rocha
Em outra vertente das tecnologias agrícolas desenvolvidas com base em organismos ou elementos da natureza, encontra-se mais um insumo: o chamado pó de rocha ou remineralizador. Se os biológicos vêm sendo aplicados em lavouras visando o controle de doenças, os minerais oriundos de rochas moídas são considerados por estudiosos como uma ferramenta com potencial de contribuir para a fertilidade do solo e a nutrição de plantas.
No campo, também esta questão vem chamando a atenção de produtores em várias regiões do Brasil. Em Goiás, a direção do Grupo Associados de Agricultura Sustentável (GAAS), que reúne grupos de aplicativos de mensagem para debater sustentabilidade na produção agrícola, se posiciona a favor de que as instituições sigam pesquisando e gerando informações sobre opções como os remineralizadores, entre outras.
A respeito daquela tecnologia, a REVISTA DO PRODUTOR RURAL conversou, no dia 23 de novembro, com uma das participantes do GAAS, Cláudia Adriana Görgen, engenheira agrônoma pela Universidade de Passo Fundo, mestre em Agronomia pela Universidade Federal de Goiás e doutora em Geociências Aplicadas pela Universidade de Brasília (atuação em pesquisa, desenvolvimento, consultoria, transferência de tecnologia em Agroecologia, com ênfase em lateritização, biointemperismo e formação de solos em distintas unidades litoestratigráficas, fertilidade natural e construída, mapeamento de rochas regionais para uso agrícola [rochagem, remineralizadores de solos], com ênfase em na rápida dissolução dos minerais).
Resumindo como vê em linhas gerais a rochagem, ela observa que os pós de rocha são uma opção cuja composição precisa ser ajustada às características específicas de solo de cada região em que vier a ser aplicada: “É uma tecnologia que precisa ser adequada. Tem que adequar, uma ou mais rochas, em diferentes solos. Por isso que é muito importante conhecer o máximo possível as características do solo de cada propriedade”. Cláudia enumera quatro pontos que a seu ver precisam ser considerados: “A mesma rocha, aplicada em diferentes solos, apresenta resultados diferentes; se eu colocar rochas diferentes num mesmo solo, também vou ter resultados diferentes; a mesma rocha, aplicada no mesmo solo, pode apresentar resultados diferentes com o cultivo de diferentes culturas; e um quarto ponto: por exemplo, uma rocha tem bastante potássio e a outra tem bastante fósforo – eu faço a blendagem das duas, na esperança de que vai melhorar. Mas essa mistura não segue um padrão matemático de ‘um mais um, igual a dois’. Ela pode dar um resultado negativo”, pondera. Comparando, a especialista aponta que a utilização precisa ser sob medida: “É um processo de modelagem. É como se fosse fazer uma roupa por um alfaiate”.
Por outro lado, ela recorda que diversos locais em que estão situadas as lavouras já possuem alguma fertilidade e que compreender isso é o ponto de partida para realizar a adequação de que falou: “Muitos dos nossos solos têm fertilidade natural. E a gente, com estudo de origem de material, de origem de solo, com o estudo da geologia, dos diferentes ambientes produtivos, em diferentes regiões do Brasil, começou a identificar principalmente o potencial de cada solo. E depois que a gente identifica isso, aí sim, parte para a adequação de diferentes rochas, moídas, para aquele local”.
Na propriedade rural, completou, a tecnologia ajuda na questão da fertilidade de solo: “O agricultor pode aplicar determinada rocha e fazer um processo de refertilização, de remineralização, fazendo com que esse solo fique com uma poupança de elementos essenciais, em forma de minerais, que vão se decompondo, que vão se intemperizando e disponibilizando os nutrientes para as plantas no decorrer do tempo”.
Nesse processo, Cláudia assinala que os microrganismos e as coberturas também têm sua importância: “A gente estimula a decomposição desses minerais pelo uso de mix de plantas de cobertura ou pelo uso de microrganismos, que são comunidades microbiológicas, junto com as raízes das plantas que fazem esse papel”.
A agrônoma ressalta também a existência de um efeito residual daquela tecnologia, mencionando uma aplicação na propriedade do presidente do GAAS: “O solo fica fértil, com recurso à disposição. E por mais tempo. Lá em áreas do Rogério Vian, por exemplo, aplicamos a rocha. Ele fez safra, safrinha e braquiária na entressafra. Então, eram três safras por ano. No caso dele, e em muitos casos que a gente acompanhou, foram três anos ou nove safras em que o produtor não tem necessidade de reaplicar”.
Por outro lado, Cláudia faz questão de destacar que os pós de rocha são insumos dos quais a produção, assim como a de quaisquer outros, deve ser realizada segundo processos técnicos, nos quais é preciso observar parâmetros, já existentes no Brasil, para que possam ser eficientes, mas também seguros em relação ao ambiente: “Tem Instruções Normativas, no Ministério da Agricultura – a Instrução Normativa 5 e a Instrução Normativa 6 –, que dizem muito claramente todo o procedimento para transformar um pó de rocha em produto, seja ele remineralizador, ou fertilizante, para ser usado no manejo de fertilidade do solo – mas registrado no Ministério da Agricultura. É importante a gente deixar bem claro que precisa registrar sim”.
Nessa produção, o passo inicial, pontuou, é o conhecimento da matéria-prima: “Cada rocha, ou cada rocha moída, precisa ser caracterizada. A caracterização precisa ser feita do ponto de vista da geoquímica, da mineralogia – temos que saber quais são os minerais que compõem essa rocha e qual a composição química.
Como acrescentou a especialista, para que o pó de rocha possa então ser registrado, o produto tem que passar por todas as etapas de um fluxograma de avaliação, nas quais precisa apresentar, em cada uma, determinadas características. Ela menciona uma das mais relevantes, que é verificação de limites de EPT: “Na composição (dos pós de rocha), tem alguns valores de elementos potencialmente tóxicos (EPT) que precisam ser levados em conta. Os elementos são o arsênio, o cadmio, o mercúrio e o chumbo. O limite do teor, da concentração, nas rochas ou em uma rocha que vai ser utilizada para a agricultura, é o seguinte: o arsênio não pode ser mais do que 15ppm; cadmio, não pode ser mais do que 10ppm; o mercúrio tem que ter menos do que 0,1ppm; e o chumbo, menos que 200ppm”.
E existem ainda outros critérios, avaliados já no início do fluxograma: “Tem também a soma de bases. Por exemplo: para um pó de rocha ser considerado remineralizador, a soma de óxido de cálcio, óxido de magnésio e óxido de potássio precisa ser maior que 9%. O teor de quartzo, em volume, na rocha, tem que ser menor que 25%”.
Porém, apontou, ao final, é necessário o produto preencher os requisitos em mais uma fase, relacionada à utilização: “Depois disso, esse material passa por um processo de protocolo agronômico. O protocolo vai servir para dizer assim: ‘Essa rocha serve para tal e tal solo, dessa e dessa região, para essa cultura’. E também vai dizer se é eficiente ou não”. Sendo eficiente, conforme o fluxograma, a fase seguinte é o registro junto ao MAPA. Ela acrescenta que o pó de rocha, à semelhança de outros produtos para a agricultura, também necessita vir com recomendações de uso por escrito: “Para ser usado na lavoura, o remineralizador precisa ter uma bula. Assim como tem para inseticida, fungicida, herbicida”.
Para os agricultores que desejam conhecer mais sobre os remineralizadores e têm esta possibilidade, ela sugere participar de eventos técnicos. Conforme relembrou, vários têm sido os encontros que vêm tratando do tema, como o I Congresso Brasileiro de Rochagem, que teve sua primeira edição já em 2009, em Brasília (DF), e a segunda em 2013, em Poços de Caldas (MG).
Biológicos em cevada
Situado no centro-sul do Paraná, Grupo Reinhofer realizou, nesta safra de inverno, seu primeiro experimento com bioinsumos. Para isso, instalou em uma propriedade, em Pinhão (PR), uma biofábrica. Segundo o grupo, o layout do local considerou os padrões de segurança e qualidade já adotados no seu sistema produtivo. O ensaio se voltou à cultura da cevada, sendo conduzido na mesma propriedade. Num talhão de 250 hectares, 120 foram destinados a um manejo que incluiu, exclusivamente, insumos biológicos (todo o restante das lavouras da cultura seguiu o manejo tradicional). Com adubação em maio e implantação em 20 de junho, a colheita ocorreu entre 25 e 27 de outubro.
Plantio Direto na Planta
As plantas de cobertura têm sido abordadas nas últimas edições da REVISTA DO PRODUTOR RURAL. Essa ferramenta tem sido cada vez mais vista com bons olhos por pesquisadores, técnicos e produtores rurais, como um manejo importante para um solo mais produtivo e sustentável.
As plantas apresentam várias vantagens, como proteção do solo contra variações bruscas de temperatura; redução da infestação de plantas daninhas; aumento da capacidade de retenção de nutrientes do solo; proteção do solo contra erosão e lixiviação de nutrientes; e melhoria da biodiversidade dos solos.
Um dos manejos possíveis com estas plantas é a chamada adubação verde, uma prática de cultivo milenar que visa o fornecimento de nutrientes ao solo. A diferença entre utilizar a planta de cobertura ou fazer adubação verde está no manejo. Enquanto na planta de cobertura é deixada a palhada sobre o solo, na adubação verde é revolvida a massa verde com a terra.
Uma pergunta frequente ao optar por utilizar as plantas de coberturas, seja para utilizar para a palhada ou para adubação verde, é quais espécies utilizar. Segundo a professora Claudete Lang, que atua na Universidade Federal do Paraná (UFPR), agrônoma e doutora em Agronomia (Produção Vegetal) responder esta pergunta não é tão simples. “Deve-se buscar espécies que potencializem a contribuição ao sistema de produção. A escolha das espécies usadas é definida por um planejamento em escala espaço-temporal local, regional e estacional. Existe uma lista de plantas que podem ser usadas nessa gestão agrícola e na busca por eficiência ecológica definidas pelas melhores combinações de espécies, como as de maior relação C/N e decomposição mais lenta, à exemplo das gramíneas e/ou plantas com maior qualidade de nutrientes, com menor relação C/N, como as leguminosas”, explica.
Claudete complementa ainda que a escolha deve ser feita também baseada no objetivo que quer ser atendido, seja para o fornecimento de nutrientes em atender às necessidades das culturas em rotação, quebra de ciclos de doenças, manejo de plantas daninhas, produção de fitomassa, eficiência de reciclagem de nutrientes, entre outros. “O Brasil é um país com uma diversidade imensa de espécies de plantas cultivadas ou espontâneas. Como exemplo de algumas espécies mais usadas no sul do Brasil no período de inverno temos as culturas como cevada, canola, triticale, centeio, aveia preta, aveia branca, azevém, tremoços, ervilhacas, nabo forrageiro, trevos e plantas espontâneas benéficas, a exemplo da nabiça. Nas demais regiões do Brasil teremos outras espécies mais apropriadas à condição tropical”.
Para a professora, as plantas de coberturas têm um potencial ainda maior do que os já relatados. “Elas podem prover colheitas de grãos, carne ou leite, quando integramos diferentes componentes em um sistema de produção, os Sistemas Integrados de Produção Agropecuária (SIPA), que estão embasados em princípios básicos que envolvem aspectos ecológicos, econômicos e sociais”.
Nesse sentido, Claudete conta que o Núcleo de Inovação Tecnológica em Agropecuária (NITA) da UFPR desenvolveu, nos últimos seis anos, uma tecnologia de