Segunda-feira, 08 de outubro de 2018
O trigo é o principal cultivo de inverno na região dos Campos Gerais, no Paraná. Chamada também de região fria, em todas as safras é nela que se concentra a maior área e também a maior produtividade do cereal do Estado. Neste ano, 40% da área de trigo do Estado foi semeada na região e mais de 80% das lavouras estão em boas condições, segundo informativo semanal do Departamento de Economia Rural (Deral) divulgado nesta terça-feira (2). E foi em Ponta Grossa/PR que cerca de 100 multiplicadores de sementes de trigo, triticultores, recomendantes e profissionais da indústria moageira do Paraná e do Paraguai, se reuniram nesta sexta-feira (5) para conhecer o desempenho de quatro novas gerações de trigos: ciclos médio/tardio e precoces, branqueadores e exclusivos para alimentação animal. O dia de campo, promovido pela Biotrigo Genética, aconteceu no Campo Demonstrativo Experimental Fundação ABC.
Uma preocupação frequente dos produtores da região é escapar da geada no espigamento e na floração do trigo e, por isso, uma estratégia bem comum dos produtores da região é semear um trigo de ciclo médio/tardio e mais resistente aos rigores do clima, como o TBIO Sinuelo. A cultivar, do portfólio da Biotrigo, é uma das mais semeadas e produtivas no Brasil, superando a marca de 100 sacas/ha.
O PhD em melhoramento genético e diretor da Biotrigo Genética, Ottoni Rosa Filho, apresentou uma nova cultivar que entra no mercado para abrir a semeadura do trigo combinando cultivares mais precoces e agregar as já conhecidas características agronômicas do TBIO Sinuelo. “O TBIO Ponteiro conta com o mesmo ciclo e padrão de produtividade, qualidade industrial e resistência à acamamento, porém com diferenciais marcantes, como sanidade tanto de folha como de espiga, tolerância ao Alumínio tóxico em anos de estiagem e qualidade industrial superior ao seu antecessor, com W de 298 em comparação ao Sinuelo que tem W de 258. Só para se ter uma ideia do potencial produtivo desse lançamento, no Paraná, a produtividade média nos ensaios foi de 4.500Kg/ha, com potencial de chegar a 6.500 kg/ha”. A nova tecnologia, que é indicada para as regiões 1, 2 e 3 do Paraná, será multiplicada em 2019 e comercializada em 2020.
Trigo branqueador com potencial agronômico
Para atender ao nicho de mercado que busca uma farinha mais clara e com um bom desempenho na panificação, foi desenvolvida a cultivar de trigo pão, TBIO Duque. Conforme o supervisor comercial da Biotrigo, Deodato Matias Junior, a nova cultivar reforça o projeto de trigos branqueadores direcionados a trabalhos de segregação em unidades de recebimento. Presente no mercado há três anos, a cultivar de identidade preservada TBIO Noble faz parte de um projeto fechado da Biotrigo que está entre as dez cultivares mais semeadas no RS, SC e PR. “É uma cultivar de glúten forte (Melhorador), que produz farinha branqueadora e tem um desempenho superior na panificação. Já o TBIO Duque é o primeiro filho do TBIO Noble com a cultivar mais semeada do Brasil, TBIO Toruk. Em comparação ao Noble, o TBIO Duque é um trigo Pão que fará parte do portfólio aberto da Biotrigo, porém direcionado a trabalhos de segregação em unidades de recebimento”. Além da qualidade industrial para panificação, a cultivar se diferencia entre outros trigos branqueadores do mercado pela excelente sanidade e facilidade na condução da lavoura. Outra vantagem é a ampla área de adaptação, incluindo diversas zonas tritícolas de climas frio e quente. TBIO Duque, entra em multiplicação já na próxima safra e para comercialização em 2020.
Trigos exclusivos para alimentação animal
O gerente de novos negócios da Biotrigo, Jorge Stachoviack, apresentou as cultivares do projeto de trigos de alimentação animal da Biotrigo e relatou exemplos de pecuaristas que tem alcançados ganhos interessantes na produção de leite e altas produtividades com a cultura no sistema integração lavoura-pecuária. “Em uma lavoura na cidade de Catuípe/RS, próximo de Ijuí, a cultivar TBIO Energia I vai chegar nesta safra com 36% de matéria seca e 35 toneladas por hectare na colheita. A cultivar exclusiva para silagem e pré-secado, possui ciclo médio com corte precoce, o que permite a antecipação da cultura sucessora de verão e a produção de alimento para serem ofertados durante os períodos do ano de maior escassez, suprindo o déficit de forragem causada por uma frustração na safra de milho.
Uma outra cultivar de trigo é indicada para exclusivamente para pastejo. Lenox tem um rebrote bastante rápido, não acama, tem um perfilhamento bom e está com uma qualidade acima das outras culturas para pastagens. “A capacidade de rebrota da cultivar de trigo Lenox proporciona novos pastejos em poucos dias e, com um bom manejo pós-pastejo, tem potencial de superar 4 cortes com alta carga animal em sistemas de pastejo rotacionado ou contínuo, com intervalo entre 20 a 25 dias,” comenta. A cultivar tem ciclo super tardio e a época de semeadura indicada é para todo período do outono e início do inverno.
Nas estações tecnológicas também foram apresentadas as cultivares que chegaram ao mercado em 2018, TBIO Sonic (superprecoce) e TBIO Audaz (precoce), linhagens inéditas de diversos ciclos e segmentos, manejo do portfólio TBIO e qualidade industrial.
(Foto/Divulgação)