Quarta-feira, 28 de junho de 2017
Lavoura e boi na mesma área? E o solo, como fica? E a alimentação dos animais? Pasto, feno, silagem? E a adubação do sistema como um todo? Estas e outras dúvidas fizeram parte do passado de muitos produtores rurais no Paraná e no Brasil, numa época em que inexistiam critérios objetivos para a Integração Lavoura-Pecuária (ILP). Outros até conduziam as duas atividades. Porém, orientando-se só pela experiência prática. Ainda hoje, no Estado que viu surgir a pesquisa em integração, há quem se pergunte sobre sua viabilidade técnica e econômica. Mas também há quem tenha apostado nesta inovação. Entre estes, vários fizeram de seus sistemas um destaque em eficiência. Para eles, a alternativa abriu um novo futuro para a pecuária e para a agricultura. No momento em que a ILP com base em pesquisa já soma mais de duas décadas, a REVISTA DO PRODUTOR RURAL volta ao campo para enfocar suas perspectivas. E bastaram somente alguns passos para encontrar o início desta história: segundo pesquisadores ouvidos por nossa reportagem, foi em Guarapuava (PR), aproximadamente entre meados da década de 1990 e o ano 2000, que tiveram lugar os primeiros trabalhos de caráter científico realizados nesta área em nível nacional.
Pelo menos dois dos vários nomes que participaram daquela iniciativa, Itacir Eloi Sandini (doutor em Produção Vegetal) e Sebastião Brasil Campos Lustosa (pós-doutor na linha de Produção Vegetal em Sistemas Integrados de Produção Agropecuária), da Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro), apontam que os experimentos começaram por meio de um esforço conjunto entre Cooperativa Agrária e Universidade Federal do Paraná (UFPR). No local das pesquisas, o Campo 12 da Fundação Agrária de Pesquisa Agropecuária (FAPA), uma área de 12 hectares situada na Colônia Vitória (distrito de Entre Rios), a contribuição dos especialistas da cooperativa e de instituições parceiras, conforme analisam, foi demonstrar que é possível uma ILP com base científica, que preserve o solo e a produtividade das culturas. Na época atuando na Agrária, Sandini, em entrevista, rememorou que, no cenário rural nacional, o histórico do uso de lavoura e rebanho começou ainda antes. No centro-sul do Paraná, região em que a economia já surgiu ligada à bovinocultura no século XIX, conforme explicou, muito produtor realizava no século XX as duas atividades. Entretanto, numa percepção apenas empírica: “Se utilizava resteva da cultura de verão para alimentar o gado”. Uma das preocupações centrais era a compactação de solo trazida pelo pisoteio do plantel. A pesquisa, contextualizou, começou justamente encontrar parâmetros técnicos para uma sinergia entre os elementos desses dois sistemas produtivos. Para isso, nos experimentos do Campo 12, o manejo incluía, no verão, soja e milho em anos alternados; no inverno, sobre a mesma área da cultura de verão, se realizava a pecuária a pasto. Ainda segundo o pesquisador, o trabalho considerou outra dificuldade da época: a disponibilidade de alimento para os animais durante todo o inverno. Foi destinada então às forrageiras da estação fria a devida atenção: “A premissa básica é que tinha que haver segurança em termos de oferta”. A equipe de pesquisa decidiu utilizar materiais mais eficientes para a região e conduzi-los num manejo tão técnico quanto o aplicado às culturas de grãos, incluindo a adubação. Somava-se a este trabalho as pesquisas da Agrária sobre aveia (grão e forragem). Responsável pela vertente da forragem, Sandini conta que sua tarefa era encontrar genótipos adequados à ILP.
Logo vieram as primeiras safras de informação: “Dentro deste espaço, foram produzidos vários trabalhos de pesquisa, diversos dias de campo”, ressaltou. Conforme o pesquisador avalia, os experimentos demonstraram que, com os manejos aplicados no local, ao lado do uso de algumas técnicas no plantio de verão, visando manter as características físicas, químicas e biológicas do solo, tornava-se possível fazer a ILP sem que soja e milho, implantados em área de pasto, perdessem em produtividade: “Foi comprovado que essa compactação ficava restrita à camada superficial do solo, próxima aos 7 cm, e que a operação com equipamentos para fazer a semeadura da cultura da soja ou do milho, especialmente utilizando guilhotina – mais eficiente para corte –, ou as ‘botinhas’ – um sistema um pouco mais agressivo, expondo mais o solo –, era o suficiente para romper essa camada adensada”.
De lá para cá, complementou, o interesse e a visão sobre o assunto se ampliaram. Apresentando um experimento que conduz no Campus Cedeteg, da Unicentro, com ovinos e centeio forrageiro, Sandini assinala que ILP inclui não só bovinos de corte, mas várias espécies animais. Outra evolução que o pesquisador identifica é a percepção atual da importância de cada fator individual que entra em jogo na integração. Nesta linha, ele menciona um trabalho, recém concluído, do colega Cristiano André Pott (doutor em Ciências Agrárias), que correlaciona a adubação da pastagem e as características físicas do solo.
Já entre os desafios que ainda permanecem, o pesquisador aponta “o material genético”. Nas pesquisas sobre ILP promovidas atualmente pela universidade, disse, um dos focos é definir forrageiras indicadas àquela modalidade de agropecuária e os seus respectivos manejos para a região. Missão que tem mais uma complexidade: “Não adianta usar um manejo que não afeta a cultura de verão, se o produtor também não tiver um aumento de desempenho na pecuária”. Neste campo, indicou, se destaca a importância do Laboratório de Ciências Florestais e Forrageiras da instituição, setor que vem se debruçando sobre cultivares para pasto e variáveis como altura de pastejo e momentos de entrada e saída dos animais. Ele enalteceu ainda a participação, nos trabalhos, de empresas do setor de sementes.
Na área de experimentos do laboratório, também no Cedeteg, a REVISTA DO PRODUTOR RURAL conversou o pesquisador Sebastião Brasil, que ali conduz diversos de seus trabalhos. Ele observa que a ILP é assunto amplo, que seguiu sendo estudado em anos recentes e prossegue revelando suas possibilidades. “No ano de 2004, por incentivo da EMBRAPA, também iniciamos, na universidade, o primeiro trabalho de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF): um trabalho em rede, de seleção de genótipos forrageiros, para colocar estes materiais sob as árvores”. A pesquisa se desenvolveu numa área disponibilizada por um empresário local para aquela finalidade. Se alguns materiais se mostraram promissores enquanto outros “nem tanto”, o pesquisador considera que ali se lançou uma base para entender como funcionaria o sistema com árvores: “O componente florestal é bem diferente dos outros, agrícolas ou pecuários, porque é de longa duração, para você ter resultados”.
Hoje, apontou, o interesse pela integração continua relevante na Unicentro, tanto em nível de graduação quanto na pesquisa. Na graduação, de acordo com ele, a faculdade de Agronomia da instituição é uma das poucas no país que oferece uma disciplina dedicada ao tema. Na pesquisa, em meio aos vários trabalhos conduzidos por colegas ou por ele mesmo, mencionou experimentos de rotações de cultura com pastagem, incluindo azevém sobre milho, centeio forrageiro para pré-secado ou pastejo, além de aveia e azevém para pastejo (rotacionados com soja e milho); e uma pesquisa em conjunto com a EMBRAPA e a EPAGRI (Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina), cujo objetivo é o controle de um problema que atinge pastagens: o capim-annoni (Eragrostis Plana Nees), uma gramínea daninha.
Também os agropecuaristas da região, elogiou o pesquisador, têm
colaborado, cedendo áreas para pesquisas sobre ILP, como Ciro Dellê, que destinou àquela finalidade três hectares em sua propriedade, no município de Pinhão. Na condução dos trabalhos, Sebastião Brasil explicou que seu objetivo é utilizar pastagens para verificar o ganho de peso de bovinos de corte. Manejo: azevém tetraplóide e centeio forrageiro semeados separadamente sobre área cultivada com soja no verão, mas ainda coberta pela palha do azevém do inverno anterior. Lotação: média de cinco cabeças por hectare. Em faixas marcadas para permitir comparações, adubações diferentes, ressaltou, influenciaram os resultados. “A produtividade geral da gleba (na soja) foi de 75 sacos por hectare. Nessas faixas experimentais, com condições um pouco mais controladas, na área onde a adubação foi realizada somente no inverno, sem utilização de nenhum adubo no verão, 83 sacos por hectare. Onde foi realizada a adubação no inverno, mais a adubação recomendada para a cultura, 88 sacos por hectare. E onde foi feita a adubação total do inverno mas no verão se trabalhou somente com adubo fosfatado, a produção foi de 93 sacos por hectare”. O resíduo de matéria seca surpreendeu, com nove toneladas por hectare.
Sebastião Brasil também destacou que a reflexão sobre a ILP prossegue se difundindo em diversas instituições, atualmente “até com a busca de proposições para o uso de áreas declivosas”. Em nível nacional, conforme estimou, especialistas têm produzido todos os anos um número expressivo de trabalhos sobre o tema. Para o pesquisador, um dos fatos que dimensionam a importância que a ILP ganhou no país é a decisão da EMBRAPA de criar, em 2012, em Sinop (500 km de Cuiabá-MT), a EMBRAPA-Agropastoril, uma unidade específica para a ILPF, que conta com 28 pesquisadores. Outra iniciativa que merece atenção dos interessados, acrescentou, é a Rede ILPF, projeto conjunto da EMBRAPA com empresas para divulgar a ideia. No site da Rede, (www.embrapa.br/web/rede-ilpf), no link “Quem usa”, o visitante constata que a modalidade vem sendo adotada em propriedades de norte a sul: de São Raimundo das Mangabeiras (MA) até Boa Vista das Missões (RS), passando por Brotas (SP), Cristalina (GO), Almas (TO) e Altônia, um dos municípios paranaenses mencionados. Sebastião Brasil chama a atenção para um levantamento que a Rede ILPF divulga em sua página sobre o uso da integração nos estados brasileiros. A pesquisa, realizada sob encomenda pelo Kleffmann Group na safra 2015/2016, estimou que o Brasil conta com 11.468.124 ha com sistemas integrados de produção agropecuária. Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Rio Grande do Sul possuem as maiores áreas com ILPF. O estado da região Sul, com 1.457.900 hectares, lidera a lista em termos de área relativa, ou seja, tem o maior percentual da área agricultável utilizado com algum sistema integrado. Entre os estados do Sul, o Paraná mostrava a menor área com integração, com 416.517 hectares.
Para produtores que pensam em partir para a prática da ILP, o pesquisador enfatiza que, por um lado, a modalidade “não gera ‘um pacote’”, ou uma receita de bolo, mas varia de região para região e até de propriedade para propriedade numa mesma região. Mas ponderou que duas coisas são indispensáveis em qualquer modelo: planejamento e assessoramento de especialistas. “Se não tiver gestão, se não tiver acompanhamento técnico, ela infelizmente não funciona. Não dá pra dizer assim: ‘Eu faço sozinho’”, alertou, preconizando que respeitar o princípio básico de manejo de pastagem é fundamental para evitar carga excessiva de animais.
E se a composição pasto, cultura, rotação e rebanho pode variar, o pesquisador vê no centro-sul do Paraná algumas vantagens a se considerar, como a possibilidade de produzir silagem de alta qualidade e a conservação de forragem via pré-secado. O outono-inverno e o início da primavera também favorecem, em sua avaliação, a terminação de animais.
Entretanto, para que todo o conhecimento que vem sendo gerado chegue ao campo e seja aplicado no dia a dia, tanto Brasil quanto Sandini frisam a importância dos profissionais de assistência técnica, como agrônomos, veterinários e zootecnistas, entre outros.
Um destes profissionais, com sua longa carreira, mostra que, neste ponto, experiência não significa se apegar a fórmulas antigas. Ao contrário. Graduado em Agronomia na década de 1960 pela UFPR e hoje, como autônomo, prestando orientação a mais de 10 propriedades no centro-sul paranaense, Celso Roloff tornou-se conhecido também por ser um entusiasta da ILP e de todas as inovações que possam melhorar esta tecnologia. Para ele, que atuou junto a cooperativas, como Agrária e Cooperaliança, e como professor, no Colégio Agrícola e na antiga FEG, o maior mérito das várias instituições de pesquisa, ao longo do tempo, foi transformar uma integração empírica numa científica, demonstrando que lavoura e criação de animais podem beneficiar uma a outra e estabelecendo para ambas uma programação anual. O mais importante, assinalou, é uma mudança de conceito: “Hoje, administramos o talhão de agricultura e pecuária ao mesmo tempo. No verão, se faz a agricultura de grãos e no inverno o pasto. Você faz a adubação do sistema todo”. Na parte de forragem, Roloff disse que no Sul do Brasil a ILP viabiliza pasto durante 11 meses ao ano, o que em outros tempos seria impensável. Na parte dos plantios de verão, ainda de acordo com o agrônomo, a opção permite reduzir ou dispensar a adubação da cultura semeada sobre locais de pastagem. O plantel está incluído nesse calendário: “O boi, com 14 meses, tem que sair da propriedade. Não pode ficar lá, passeando. Então tem um cronograma de cria, recria e engorda”, esclarece. Ele avalia que neste sistema “a produtividade da pecuária aumentou consideravelmente no inverno e a produção de grãos está melhor do que era antes, sem a integração, até com a diminuição do aparecimento de doenças fúngicas na soja e algumas do milho”. A ILP, concluiu, vem permitindo com isso melhorar a eficiência econômica das propriedades.
Na outra ponta, entre os produtores adeptos da integração, é este melhor aproveitamento das áreas que tem despertado interesse. A modalidade se tornou a base do sistema produtivo de cooperados da Cooperaliança, focada na produção de carne de bovinos precoces e ovinos para mercados que pagam mais por qualidade. Em entrevista, o presidente da cooperativa, Edio Sander, observa que os modelos de ILP precisam obrigatoriamente trazer viabilidade econômica para a propriedade. Para isso, em seu ponto de vista, um conceito é indispensável: “O agropecuarista que faz a integração tem que ser agricultor e pecuarista o ano todo” – Não apenas adquirir gado antes do inverno, engordar o rebanho e vender após a estação fria. Ele defende um sistema que, na pecuária, conte com um rebanho permanente; na agricultura, destine em torno de 25% da área para pastagem perene e 75% para culturas de verão, como soja e milho. No inverno, os pastos próprios da época.
Sander assinala que a ILP é ao mesmo tempo uma diversificação e uma verticalização e faz uma ressalva em relação à técnica: “Não é tão simples”. O produtor, adverte, precisa investir. No pasto, adubação, considerando a forrageira como se fosse uma cultura comercial. Na alimentação dos animais, possuir sempre a alternativa da silagem. Na estrutura, cocho. A razão, justificou, são as intempéries, como a geada que neste ano ocorreu já em abril em algumas propriedades de Guarapuava e região.
Numa ILP nestes moldes, o presidente da cooperativa vê um crescimento na rentabilidade por área. Ele calcula que, num sistema apenas agrícola, um hectare de milho representaria um faturamento bruto de R$ 5.600,00 (200 sacas X R$ 28,00 [em 17 de maio, dia da entrevista]). Já na integração, utilizando milho silagem para bovinos de corte de um plantel permanente, contabilizando que cada hectare alimenta em torno de 25 cabeças e levando em conta o preço de venda do gado terminado, o valor se multiplicaria por mais de 10 vezes. “O grande segredo da integração lavoura-pecuária é você transformar proteína vegetal em animal”, conclui.
Entre associados à Cooperaliança que decidiram apostar em modelos semelhantes, o agropecuarista Gerson Abreu, de Candói, diz ver nesta decisão a alternativa ideal. Com uma experiência de décadas no campo, ele foi um dos produtores da região que conheceu na prática o que era conduzir lavoura e pecuária antes e depois do surgimento das pesquisas, vivenciando a transição do sistema antigo para o novo. Abreu conta que, antes, comprava animais adultos, magros, para a engorda na aveia durante o inverno, vendendo-os em seguida. Hoje, com assistência do agrônomo e amigo Roloff, disse, seu sistema é mais complexo, porém mais eficiente. Na agricultura, grãos só de verão: soja e milho. No inverno, as áreas são destinadas à aveia e azevém consorciados ou apenas azevém (semeadura a partir de meados de maio, com previsão de estabelecimento do pasto entre 40 e 45 dias). Forragem recebe também adubação (base mais uréia).
Na pecuária, duas vertentes: plantel para cria, em locais declivosos, e para abate, em áreas mais planas. Animais de cria passam o verão sobre pasto de braquiária ou hemarthria e o inverno em aveia/azevém. O rebanho para abate é direcionado, no verão, ao tifton, e no inverno à aveia/azevém, num período que vai do desmame ou aquisição até cerca de 300 kg, quando segue para confinamento (complemento com ração no cocho, chegando a aproximadamente 500 kg) e depois à comercialização.
Em torno de 15 a 20 dias antes da dessecação para o plantio do milho em setembro, o gado é retirado das áreas de inverno, para evitar exaustão do pasto e compactação excessiva do solo. Plantio de soja em novembro encerra o calendário anual da propriedade.
Aproveitando o adubo da pastagem de inverno, o produtor considera o custo do verão “menos oneroso”. Com este sistema, comenta, tornou-se possível elevar significativamente a lotação de animais por área. Entretanto, observa, é um modelo em que a eficiência tem que estar ajustada na ponta do lápis: “Temos a expectativa de um ganho de peso em torno de um quilo por dia. O animal tem que chegar lá para poder dar resultado”.
Em sua análise, Abreu considera que a maior rentabilidade desta pecuária está baseada em vários fatores ao mesmo tempo. Do plantio direto à existência de uma cooperativa como a Cooperaliança, que paga mais por qualidade e proporciona uma renda mensal por meio da entrega programada de lotes. Se não fosse esta forma de ILP e de bovinocultura de corte, ele acredita que talvez já nem estivesse mais na atividade. “Não tem outro modelo para quem quer fazer agricultura e pecuária, esse é o top”, finalizou, com um sorriso sereno e afirmativo.
A trajetória de Abreu reflete a análise de um dos maiores nomes da pesquisa em ILP no Brasil sobre os benefícios da integração, o professor Aníbal de Moraes, que participou dos primeiros experimentos em Guarapuava. Doutor em Zootecnia e hoje voltado a plantas forrageiras e sistemas integrados de produção agropecuária na UFPR, em Curitiba, o pesquisador, em entrevista à REVISTA DO PRODUTOR RURAL, lembrou que, nos primórdios dos trabalhos, a integração acab