Quarta-feira, 08 de maio de 2019
O Sindicato Rural de Guarapuava sediou na noite da última terça-feira (7), a palestra Previsão climática safra 2018-2019 e tendência global para 10 anos, com o pesquisador Luiz Carlos Baldicero Molion. O evento reuniu mais de 120 pessoas, entre produtores rurais, profissionais e acadêmicos da área do agronegócio.
Molion é bacharel em FÍsica pela USP, PhD em Meteorologia pela Universidade de Wisconsin (USA) e pesquisador aposentado do Instituto de Pesquisas Espaciais (INPE/MCT), onde foi diretor de Ciências Espaciais e Atmosféricas. Ele defende que a variabilidade climática global acontece de forma natural e que as atividades humanas não são capazes de interferir. “A variabilidade do clima é natural. Nós passamos por um período de aproximadamente 1350 D.C. até início do século XX (1915) em que as temperaturas estavam naturalmente baixas. A partir daí, começou aquecer porque o sol entrou em atividade maior e o sol estando mais ativo, há mais energia no sistema. Mas não foi por conta do CO² (dióxido de carbono)”, explica.
O pesquisador comenta que o chamado efeito estufa existe desde 1826. “Mas, na verdade, ele nunca foi comprovado cientificamente. O fato é que hoje a mecânica quântica moderna explica que o CO² absorve a radiação infravermelha e com isso, a molécula de CO² vibra, causando um efeito sanfona. Esses movimentos fazem com que a molécula de gás carbônico se choque com as outras moléculas que existem no ar, principalmente nitrogênio, que constitui 78% da nossa atmosfera, oxigênio 21% e argônio 0,9%. Então 99% da nossa atmosfera é constituída por estes três gases e o CO² entra só com 0,04%. A cada molécula de CO² existem 2500 moléculas dos outros gases. De tal forma que quando o CO² vibra, ele se choca e transfere a energia absorvida para essas outras moléculas. Então a teoria está errada quando diz que o CO² absorve energia e emite em direção à superfície. O CO² absorve energia, mas esta absorção é insignificante”, diz o palestrante.
Molion defende que nenhuma das atividades humanas, seja na queima de petróleo ou carvão mineral, por exemplo, que libera gás carbônico, nem a agropecuária que emite o metano (CH4) e nem mesmo o desmatamento são capazes de interferir nas mudanças climáticas global. “O desmatamento causa prejuízos sim ao planeta de forma local, como perda de biodiversidade e até prejudicando o próprio solo, causando erosão. Mas no clima global não interfere”, observa Molion.
A matéria completa sobre a variabilidade climática, apresentada por Molion, estará disponível na próxima edição da Revista do Produtor Rural do Paraná, veículo produzido pelo Sindicato Rural de Guarapuava.