Quarta-feira, 16 de janeiro de 2019
Tempo que vai, tempo que vem. Todos os setores da economia analisam seu desempenho no ano que termina e tentam antever tendências para aquele que começa. Em especial no agro, esta reflexão é inevitável. Por natureza, este é um segmento caracterizado por ciclos. Para apresentar perspectivas da produção agropecuária nesta virada de 2018 para 2019, a REVISTA DO PRODUTOR RURAL conversou com alguns nomes que são referências ou lideranças. Notório conhecedor do agronegócio, Eugênio Stefanelo avalia os últimos meses e o cenário para os próximos. A reportagem traz ainda a palavra de alguns dos representantes do Sindicato Rural de Guarapuava em comissões técnicas da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (FAEP). As comissões são grupos de produtores de um mesmo segmento, de várias regiões do Estado, que se reúnem periodicamente, para debater desafios e avanços de seus respectivos setores . A regional do SENAR-PR em Guarapuava, que abrange 28 municípios, também avaliou o ano, fazendo um balanço positivo na realização de cursos.
Balanço e perspectivas do agro
Como foi o ano de 2018 para o agronegócio e o que esperar de 2019? Sobre o assunto, a REVISTA DO PRODUTOR RURAL conversou com o agrônomo, mestre em economia rural, doutor em engenharia de produção, professor de instituições como UFPR e UTFPR, analista de mercados agropecuários, palestrante e apresentador do programa Negócios da Terra (Rede Massa), Eugênio Stefanelo.
Grãos – Em 2018, na produção geral de grãos, conforme Stefanelo, o que chamou a atenção foi uma retração: “O primeiro destaque é a redução da produção brasileira de grãos na safra 2017/18, ano comercial de 2018, que ficou em 228 milhões de toneladas, praticamente 10 milhões de toneladas menor do que o volume colhido na safra anterior, segundo os dados da CONAB”. Ainda nesta rubrica, ele enfatiza os contrastes: “A produção de soja foi recorde, atingindo 119,3 milhões de toneladas. No entanto, a de milho experimentou redução significativa, ficando em 80,8 milhões de toneladas, ou 17 milhões de toneladas menor do que o volume colhido na safra anterior, tanto devido à redução de área plantada quanto ao efeito adverso do clima, principalmente sobre a segunda safra”.
Já a produção de trigo em nível nacional experimentou aumento em relação à frustrada safra de 2017. “A área aumenta de 1,9 para 2,04 milhões de hectares e a estimativa de produção de 4,3 para 5,2 a 5,5 milhões de toneladas, apesar do efeito do excesso de chuvas ocorrido durante o período da colheita, que reduziu o volume e a qualidade do produto colhido no Paraná e no Rio Grande do Sul, os dois maiores produtores do cereal”, comentou.
No Paraná, Stefanelo recordou números do DERAL/SEAB que mostram que o Estado acompanhou a tendência nacional da safra de verão 2017/2018: no total, 22,4 milhões de toneladas, destacando-se a soja com 19,1 milhões e o milho com 2,9 milhões de toneladas, ambas as culturas com quedas de produção respectivas de 4% e 42% em relação à safra anterior. “O milho safrinha paranaense alcançou 9,3 milhões de toneladas, mas este volume foi 32% menor do que o do ano anterior”, ressaltou. No inverno, foram 3,6 milhões de toneladas, das quais 3 milhões de trigo, com aumento de 32% sobre que o colhido na frustrada safra do ano anterior. Com base nestes dados, assinalou, a produção paranaense (verão e inverno), com 35,4 milhões de toneladas, caiu 15% (ano passado, foram 41,7 milhões de toneladas).
Para 2019, em nível nacional, de acordo com o levantamento de safra da CONAB de novembro deste ano, a safra de soja já está estimada entre 116,7 milhões e 119,2 milhões de toneladas. Para o milho, a previsão fica entre 90,0 milhões e 90,9 milhões de toneladas. No Paraná, segundo lembra Stefanelo, para a 1ª safra 2018/2019, os dados do DERAL/SEAB apontam a manutenção da área plantada em 6,0 milhões de hectares, mas a perspectiva de produção aumenta 4%, chegando a 23,3 milhões de toneladas. A soja está estimada em 19,6 milhões de toneladas e a 1ª safra de milho em 3,2 milhões de toneladas, registrando aumentos de 3% e de 11%, respectivamente. A safra brasileira e paranaense de trigo em 2019, frisou Stefanelo, ainda não está definida: “Mas dificilmente teremos aumento da área cultivada com o cereal”, avaliou.
E os preços? “Os preços médios recebidos pelos produtores paranaenses até outubro de 2018 foram melhores do que as médias de 2017. Na soja, os valores foram de R$ 72,71 e R$ 60,35 a saca. No milho, de R$ 29,26 e R$ 21,46 a saca e no trigo de R$ 41,69 e R$ 32,86 a saca”, relatou. Para o ano de 2019, ele faz uma estimativa: “Se não ocorrer quebra da safra mundial, os balanços de oferta e demanda sinalizam menores preços recebidos pelos produtores na comercialização da soja e do milho, que corresponderão praticamente às paridades da exportação, e relativa estabilidade das cotações do trigo, correspondentes à paridade da importação”.
Pecuária de corte – Stefanelo recordou ainda que, segundo o DERAL, o preço médio da arroba do boi em pé recebido pelos produtores paranaenses de janeiro a outubro desse ano foi de R$ 142,52 e, no ano de 2017, de R$ 138,65. Para o ano de 2019, acrescentou, “as previsões indicam aumento da produção e das exportações de carne bovina e os preços recebidos pelos produtores ainda permanecerão superiores ao custo de produção”.
Pecuária de leite – Na pecuária de leite, ele comentou que “para o ano de 2018, os dados trimestrais divulgados apontam aumento da captação em relação ao ano anterior, o que demonstra o primeiro aumento da produção desde o ano de 2014, quando o Brasil produziu 35,2 bilhões de litros”. Citando números do DERAL, o especialista em agronegócio observa que o preço médio recebido pelos produtores paranaenses nos 10 primeiros meses desse ano foi de R$ 1,26 o litro, comparativamente à média de R$ 1,21 no ano de 2017. “Para o ano de 2019, a perspectiva indica novo aumento da produção e tendência de preços também pouco superiores ao custo de produção”, completou.
Economia brasileira – Analisando a economia do país, Stefanelo recordou que “entre 1945 a 1980 a renda per capita no Brasil cresceu 3,5% ao ano e, de 1980 a 2017, apenas 0,7%”. Ao considerar este ano, ele destacou como vê o cenário para o próximo: “Nesse ano, o PIB brasileiro crescerá entre 1,0 a 1,5% e, em 2019, a perspectiva é de melhor desempenho, em torno de 2,5%. Se as reformas que impactam os gastos do setor público e melhoram o desempenho da atividade econômica forem efetuadas, melhorando as expectativas e o ambiente dos negócios, o crescimento poderá ser um pouco maior”.
Bovinocultura de Corte
Rodolpho Luiz Werneck Botelho
(Coordenador do Comitê Gestor do Plano Pecuária Moderna; presidente da Comissão Técnica de Bovinocultura de Corte da FAEP, diretor da Comissão Nacional de Bovinocultura de Corte da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), vice-presidente da Aprosoja PR, representante da Comissão Técnica de Cereais, Fibras e Oleaginosas da FAEP; presidente do Sindicato Rural de Guarapuava; agropecuarista.)
“A percepção do produtor rural é a de que nós estamos começando a progredir de novo, progredir no mercado interno, que tem uma tendência de melhorar um pouco a renda a médio prazo, para o ano que vem. Alguns mercados interessantes de exportação de carne voltaram a se abrir. O Brasil é o maior produtor de carne comercial, o maior exportador na bovinocultura de corte. Cada vez mais, temos que trabalhar na parte sanitária, na conquista de novos mercados, mas nunca esquecendo que 80% do nosso mercado é o doméstico. Mas o Paraná, principalmente por ser um estado de tamanho diminuto perante a nação brasileira – temos 2,3% do território – não vai conseguir competir em volume com Mato Grosso, Goiás, Pará, etc. Então, temos que nos focar em qualidade e sanidade. Com isso, conseguiríamos mercados mais interessantes, preços diferenciados. O que chama a atenção também é que cada vez mais os pecuaristas estão começando a mudar sua sistemática de produção. São novas gerações que estão entrando no campo, é a integração agricultura-pecuária, são sistemas produtivos integrados trabalhando juntos em prol de uma produção de melhor qualidade, mas principalmente sustentável. O Programa Pecuária Moderna é voltado justamente a isso: levar informação e tecnologia para o produtor rural, o pecuarista, para que ele possa agregar ao seu negócio uma melhor rentabilidade e principalmente uma produção de qualidade. Este é um programa que não é só da FAEP, não é só da Comissão de Bovinocultura de Corte, mas é um envolvimento de todo o sistema produtivo e Estado: a Secretaria de Agricultura, EMATER, IAPAR, as universidades, os centros de pesquisa, os sindicatos rurais, as associações, onde todos têm que trabalhar juntos e em prol do desenvolvimento. O que pretendemos para 2019 é que com a entrada de um novo governo do Estado, ele também assuma essa responsabilidade de participar junto no desenvolvimento da pecuária de corte aqui do nosso Estado. Trabalhando em harmonia, em conjunto com todas as entidades, os setores representativos, para levar a informação, tecnologia e principalmente qualidade de vida para o homem do campo.
Bovinocultura de leite
Anton Gora
(Agrônomo, agricultor, produtor de leite há quatro anos na atividade; suplente de Diretoria na FAEP; vice-presidente do Sindicato Rural de Guarapuava e presidente do Núcleo dos Sindicatos Rurais do Centro do PR)
“Neste ano, tivemos duas fases em relação ao leite: o primeiro semestre, com preços muito baixos. Mais para o segundo semestre, o preço teve uma pequena reação. O que pode viabilizar (rentabilidade na atividade) é a escala: ter muitas vacas em produção. Com isso, se diminui o custo de mão-de-obra, todos os custos fixos. Uma saída para o pequeno produtor participar também desta questão escala seria pensar em condomínios. E cada participante poderia se especializar: um deles, em produzir feno; outro, silagem; outro cria as terneiras, tira o leite. A qualidade, acho que é fundamental, não vai ter outro caminho. Tanto é que tem algumas empresas que já pagam por qualidade. Elas pagam em relação a (parâmetros de qualidade de) gordura, proteína, CCS (contagem de células somáticas), CBT (contagem bacteriana total). Quando produtor tem qualidade, tem um mercado também certo para o seu leite. Até porque a qualidade da indústria depende da qualidade do leite no campo. A qualidade é um caminho que não tem volta, não só no leite como em qualquer outra atividade”.
Anton Egles
(Médico Veterinário e produtor de leite; representante do Sindicato Rural de Guarapuava na Comissão Técnica de Bovinocultura de Leite da FAEP)
“Este foi um ano bem atribulado para a produção de leite da nossa região. No começo, bastante chuvoso, quando era a época de fazer a silagem. Logo em seguida, teve um período seco, quando muitos produtores não conseguiram implantar as pastagens de inverno. Os insumos para safra de silagem, agora, de 2019, também tiveram alta significativa, justamente pelo ano eleitoral. No leite, os preços (ao produtor), do começo do ano, eram baixos, os custos, elevados. Agora, fim do ano, está começando a assentar de novo o preço do leite. Quem tinha uma gestão boa conseguiu sobreviver. 2019 acho que vai depender bastante do nosso governo. Se a recessão parar, se nós conseguirmos crescer, tivermos um aumento de consumo, provavelmente será um ano bom para o produtor. Mas sempre se tem que prever que as coisas não estão bem. A renda do brasileiro está baixa. Temos que fazer uma boa gestão para poder sobreviver ao ano e ficar na atividade. Porque não é fácil: o lucro é em centavos no leite”.
Jairo Luiz Ramos Neto
(Médico Veterinário e produtor de leite; representante do Sindicato Rural de Guarapuava na Comissão Técnica de Bovinocultura de Leite da FAEP)
“A situação dos produtores de leite não é diferente da dos outros produtores. Foi um ano de dificuldades, não só em relação ao preço final do leite, mas com relação aos nossos custos. Hoje, com o dólar em alta, a soja alta, o preço da alimentação, sais minerais, medicamentos, salários, tudo isso compõe um custo mais elevado do que a gente gostaria. A expectativa é que talvez, em 2019, as coisas se normalizem nesse sentido. Que se tenha não um preço final alto, que não é exatamente isso que a gente quer, mas custos compatíveis com a atividade. A perspectiva para 2019 é assim: no verão, normalmente começa a produção sazonal de produtores que não são especializados. Obviamente o preço final acaba caindo. Já houve uma baixa, o preço do Conseleite já baixou, em torno de 10% nesse mês. Então, vamos ter que administrar bem isso aí. Especialmente nesse final de ano, com os custos de 13º salário, férias para funcionários”.
Suinocultura
Wienfried Mathias Leh
(Suinocultor independente e representante de Guarapuava na Comissão Técnica da Suinocultura da FAEP)
“O custo de produção de suínos está correto, variando entre R$ 3,70 a R$ 4,10/kg. No mês de janeiro de 2018, estávamos neste patamar, de R$ 4,00, R$ 4,50/kg. E aí o preço começou a cair e nunca mais voltou. Hoje se fala, no estado de São Paulo, em R$ 4,00/kg. O Paraná, infelizmente, sempre tem se balizado por São Paulo e jogando o preço abaixo. Estou desde o início do ano – preço médio – com algo em torno de R$ 3,40 e um custo de produção hoje em torno de R$ 3,70. Mas na média deve dar uns R$ 3,80 a R$ 3,90. Ou seja, um prejuízo, por cabeça, em 100kg, em torno de R$ 50,00. Não tem quem consiga sobreviver na atividade quando isso acontece. Desde que sou suinocultor, sempre acontecia de ter três meses de preço ruim, seis meses de preços bons mas não exagerados e três meses para compensar os três meses ruins. O ano 2018 deu prejuízo. Dos produtores independentes, desconheço um que não tenha tido prejuízo na atividade. O produtor integrado, que está dentro de uma cooperativa, via de regra recebe um preço médio mais justo. O produtor independente, em anos passados, recebia um preço médio mais alto. O ano de 2018 infelizmente entrou para a história, na minha opinião particular, para os suinocultores independentes, como sendo o pior ano dos últimos 20, com certeza. O que é que nós temos de fazer? Temos de nos reinventar. Os próprios frigoríficos pequenos também vão ter que se reinventar. O pequeno produtor só sobrevive se estiver integrado a uma cooperativa, a um integrador, ou ele não vai ter condição de sobreviver. Em 2019: é um mercado que vai/pode ser ampliado para nós? Eu digo sim e não. Depende de nós. No diálogo com clientes internacionais, temos que trabalhar em conjunto. Nós somos Brasil”.
Reunião na FAEP
Após sua entrevista concedida em 7 de novembro, Wienfried Mathias Leh, participou, no dia seguinte, da reunião da Comissão de Suinocultura da FAEP, na sede da entidade, em Curitiba. Último do ano, o encontro foi coordenado pelo presidente da comissão, Reny Girardi de Lima, e contou com a presença de lideranças do setor de várias regiões do Paraná. Conforme divulgou a FAEP em seu site, a comissão também considerou o período como difícil. De acordo com a entidade, a avaliação é de que “o cenário negativo vivido pela suinocultura paranaense em 2018, com prejuízos e alguns produtores independentes deixando a atividade, fornece sinais de que pode começar a perder força em 2019”. Ainda segundo a FAEP, a comissão considerou que a reabertura do mercado russo para o produto brasileiro no fim de outubro (estava fechado desde o fim de 2017) e a perspectiva de aumento de importação por países asiáticos sinalizam condições mais favoráveis ao setor nos próximos meses.
Ovinocultura
Adriane Thives Araújo de Azevedo
(Ovinocultora, presidente da Comissão Técnica de Caprinocultura e Ovinocultura da FAEP e vice-presidente da cooperativa Cooperaliança Carnes Nobres, de Guarapuava)
“Em 2018, no setor da ovinocultura em geral, novamente sentimos a forte demanda pela carne de cordeiro. Mesmo diante de eventos que realizamos dentro da cooperativa, como na Expogua, recebemos visitantes de oito municípios: produtores aqui da região, ovinocultores interessados em aumentar a produção, em se tecnificar, em cooperar também. Falando das principais cooperativas no Paraná, a Cooperaliança e a Castrolanda fazem um trabalho muito sério dentro do Estado e alavancaram o setor da ovinocultura com esse trabalho. Então, isso desperta no produtor essa vontade de crescer, de sair dessa ovinocultura mais caseira e de se profissionalizar. Então, sentimos que durante esse ano teve muito interesse mesmo do produtor (não-cooperado), questionando, querendo saber como está acontecendo o trabalho nas cooperativas. Para 2019, voltando na palavra demanda: sentimos que a demanda pela carne de cordeiro é grande. Nós, mesmo enquanto cooperativa, ainda não temos essa produção, para atender a 100% da demanda. acho que precisamos nos organizar, fazer até um chamado aos produtores, que se informem mesmo, que venham se unir às cooperativas, para alavancar cada vez mais a produção. Porque é um mercado promissor. Nós enxergamos que ele vem aquecido novamente em 2019. Neste ano (2018), agregamos valor ao produto, remuneramos melhor o produtor. E acredito que para 2019 isso não seja diferente. Identificamos hoje já, no consumidor, essa preocupação com uma carne com rastreabilidade, com origem, com a forma com que ela é produzida. Até comparativos: ‘Ah essa carne é boa, essa carne não é boa’ – ‘Eu sei porque não é boa, porque ela não é de um animal jovem’. Já ouvimos esse tipo de comentário. Então essa demanda é pela carne de cordeiro de qualidade. Já conseguimos identificar que o consumidor está com esse pensamento. O produtor, como eu falei, tem que fazer uma ovinocultura profissional. Como toda atividade, ela requer certos cuidados, manejos diferentes, investimentos, em alimentação principalmente. Porque isso é o primordial para ter o retorno. Então quando falamos em profissionalizar a atividade, é o produtor fazer da forma certa. O essencial é que ele tenha o retorno, que a atividade seja remunerada”.
Rodolpho Luiz Werneck Botelho
(Coordenador do Comitê Gestor do Plano Pecuária Moderna; presidente da Comissão Técnica de Bovinocultura de Corte da FAEP, diretor da Comissão Nacional de Bovinocultura de Corte da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), vice-presidente da Aprosoja PR, representante da Comissão Técnica de Cereais, Fibras e Oleaginosas da FAEP; presidente do Sindicato Rural de Guarapuava; agropecuarista.)
“Em 2018, as culturas de verão, na nossa região, tiveram uma produtividade boa. Em questão de rentabilidade, foi um ano complexo: a guerra comercial entre Estados Unidos e China, a valorização ou desvalorização do real perante ao dólar, desdobramentos de disputas políticas, no Brasil, numa pré-eleição, e no mercado internacional também. A China, em função dessa disputa, tem embarcado nesses últimos meses mais soja na América do Sul. Em conjunto com isso, os prêmios da exportação brasileira, aumentaram. Isso se traduziu em US$ 2,00 a US$ 2,50/bushel a mais no mercado interno, que compensou essa parte de desvalorização cambial e principalmente a desvalorização da Bolsa de Chicago.
Na questão do milho, o m