Segunda-feira, 28 de agosto de 2017
Rosecleia Padilha Carneiro Seguro
Nascida no distrito de Palmeirinha – Guarapuava, Rosecleia Padilha Carneiro Seguro, filha de produtores rurais, nasceu e cresceu no meio rural. Desde pequena esteve em meio aos animais criados pela sua família e tomou gosto pelo manejo do gado. Tanto que até hoje, a pecuária é sua atividade principal. Quando seu pai faleceu, Rosecleia assumiu sua propriedade. Buscando novos desafios, ela vendeu parte da herança para os irmãos e comprou uma fazenda em Laranjeiras do Sul. Como sempre foi acostumada com a atividade rural, mesmo não tendo nenhuma formação na área, Rosecleia não encontrou dificuldades para tocar sozinha a propriedade. Desde o início, ela optou pela pecuária de corte, fazendo cria, recria e engorda. Atualmente, faz apenas a engorda e terminação do gado. “Minha única dificuldade foi o preconceito por ser mulher. Na época, quando ia adquirir os animais sempre queriam me enrolar. Achavam que eu não tinha conhecimento”. Mas destemida, a produtora conta que sempre se manteve firme, demonstrando sua capacidade e conhecimento da atividade. Segundo ela, felizmente, hoje essa situação mudou muito. Mais tarde, a produtora herdou mais uma propriedade na Palmeirinha, que destina ao cultivo de grãos (soja, milho e feijão). Mulher empreendedora, Rosecleia conta que já teve loja de confecção, serraria e atualmente possui uma imobiliária. “Sempre gostei de ter meu próprio negócio, mas nunca deixei de lado o meio rural. É uma atividade que vem de berço e tenho muito carinho por ela. Por isso, nunca vou deixar de lado”.
Anelise Dauterman Buhali
Filha de imigrantes alemães, Anelise, cresceu na lida do campo. Ela e suas irmãs precisaram, desde muito jovens, batalhar na propriedade. “Fazíamos de tudo um pouco, mas aprendemos com nossos pais”. Depois de casada, ela continuou no campo, tocando a propriedade deixada como herança. “Não tínhamos funcionários na época, era só meu marido e eu”. Infelizmente, há um ano e meio seu marido veio a falecer e ela precisou contar com a ajuda do filho e também assumiu a parte administrativa da propriedade. Mas Anelise conta que o que ela gosta mesmo é do trabalho no campo. Batalhadora, a produtora rural coloca a mão na massa para valer até hoje. Cheia de orgulho, ela conta que planta, colhe e faz até a pulverização. As máquinas agrícolas são suas paixões. “Dirigir um trator me deixa muito feliz”. Anelise ressalta que, apesar das dificuldades, jamais imaginou deixar o agronegócio. “É uma atividade que tenho amor e carinho”. Mãe de dois filhos e avó de dois netos, Anelise diz que se sente realizada e sua rotina é dividida entre o campo e a família, a qual ela se orgulha de ter construído e oportunizado uma boa formação aos seus filhos (a filha Roseli é empresária e Reinhold é produtor rural). “Como mulher, sei que temos a mesma capacidade dos homens. Podemos vencer as mesmas batalhas que eles e até mais”.
Ana Paula Ferreira Ransolin
Ana Paula Ferreira Ransolin, filha de Ana e Wagner Ransolin, nasceu no meio rural, mas nem sempre teve certeza que viver no campo era sua vocação. Precisou ir para muito longe, para perceber que a atividade estava no sangue. Formou-se em Administração e Letras-Inglê, mas não tinha certeza se queria seguir o mesmo caminho da família no campo. Curiosa pra saber o que o mundo poderia lhe oferecer, resolveu viajar. “Achava que tinha que achar meu lugar no mundo, fora daqui. Fui para o Chile, depois para os Estados Unidos. Em seguida, foi como se minhas raízes me chamassem. Voltei pro Brasil já com a ideia de voltar pra fazenda dos meus pais e aproveitar as áreas ociosas da propriedade”. Na época, sua mãe também estava com ideia de começar uma nova atividade para complementar a renda familiar. Na Fazenda Araras (Goioxim), as atividades principais eram a produção de grãos e pecuária de corte. “Dei muito apoio para ela e decidimos começar com a produção de leite. Com o tempo, me apeguei e resolvi me dedicar exclusivamente à atividade leiteira”. A partir do momento em que Ana Paula decidiu o que queria, determinada, buscou a profissionalização e modernizou a produção. “Investimos em uma leiteria nova e fui buscar conhecimento. Fiz curso de inseminação artificial, tanto que, hoje, sou eu mesma que insemino os animais. Fiz também o Empreendedor Rural e o curso Mulher Atual, do Senar, que são ótimos para levantar a autoestima e a confiança”. Ana Paula também não deixa de utilizar seus conhecimentos adquiridos na graduação de administração para gestão da atividade. “Hoje me sinto muito satisfeita e realizada. Saí para muito longe, mas me encontrei aqui, onde sempre estive”.
Talita Bremm
Desde criança, Talita Bremm está acostumada com a rotina do campo. Sua família sempre teve propriedade rural em Candói, tradicional na pecuária de corte. A Fazenda Candoy é considerada histórica e vem sendo passada de geração para geração há séculos. Talita nunca pensou em seguir um caminho diferente da sua família. “Quando era mais nova, morava em Guarapuava para estudar. Mas ainda na escola eu já pensava em fazer um curso que eu pudesse morar e trabalhar na fazenda. Acabei optando pela Medicina Veterinária”. Em 2012, já formada, Talita voltou a morar na propriedade e começou a fazer mudanças na produção de carne, visando modernizar a atividade e adequá-la às necessidades do mercado. “Comecei a introduzir a raça Angus na produção, que era o que o mercado pedia e introduzi IATF na propriedade”. No início, a família foi resistente às mudanças que a jovem queria implementar, mas com jeitinho e profissionalismo, ela conquistou seu lugar na propriedade. “Atualmente, faço a parte de reprodução, controle zootécnico, o controle administrativo da propriedade e o manejo sanitário junto com a minha mãe, além do manejo de pastagem”. Talita já é mãe de dois filhos; Mathias, o mais novo, tem apenas alguns meses, mas isso não a impede de seguir sua rotina de pecuarista e muito menos de estar se profissionalizando constantemente. Seus filhos já são conhecidos no meio rural e estão acostumados a participar dos cursos, treinamentos e dias de campo da região. "Com apenas um mês, o Mathias foi para mangueira comigo. Precisava fazer um diagnóstico de gestação e como não tenho babá, levei junto. E ele já se acostumou, assim como a irmãzinha Maria Clara, que já está acostumada com essa rotina desde pequena. Estou buscando conciliar as atividades da fazenda e ser mãe. Está dando certo”, diz orgulhosa.