Segunda-feira, 09 de abril de 2018
São Bernardo do Campo, 4 de abril de 2018 – No início de março, o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) aprovou a medida que visa o aumento da mistura de biodiesel nos óleos diesel comum para 10% (B10). O aumento da utilização de biodiesel (B10) no óleo diesel impacta diretamente no aumento da produção de biodiesel no país. Segundo a União Brasileira do Biodiesel e Bioquerosene (Ubrabio) a expectativa é que a produção aumente em 25% este ano em relação a 2017. O volume de produção do biodiesel pode chegar a 5,4 bilhões de litros em 2018. Com o B10, o país pode se consolidar como o segundo maior produtor e consumidor de biodiesel do mundo, ficando atrás apenas dos EUA.
Mas afinal o que é o biodiesel e onde ele é usado?
O biodiesel nada mais é que um combustível biodegradável, que causa menos impacto na natureza, produzido a partir de óleos vegetais como: soja, girassol, canola, óleos residuais e gorduras animais, como o sebo bovino e aviário.
O biodiesel é utilizado no Brasil desde janeiro de 2008, quando a Lei Federal nº 11.907, de janeiro de 2005, obrigou que todo o óleo diesel do país deveria conter 2% de biodiesel (B2). Em 2013, esta composição obrigatória subiu para, pelo menos, 5% (B5) ou mais, possibilitando sua utilização no biodiesel natural (B100).
O consumo interno de diesel no Brasil é de 54,5 bilhões de litros por ano. Os dados da Urabio mostram que 82,4% são utilizados no transporte, 14,6% pela agricultura e cerca de 3% são usados pela agricultura industrial e outros setores. Para responder a essa demanda o Brasil importa 13 bilhões de litros por ano, equivalente a 23% do diesel consumido. A produção e o consumo de 5,4 bilhões de litros de biodiesel em 2018 equivale a economia cerca de US$ 2,8 bilhões na balança comercial brasileira – nos dias atuais – pois cada litro de biodiesel substitui um litro de diesel de petróleo. "O biodiesel veio para ficar. É uma fonte renovável extraído de óleo vegetal ou animal, não tóxico e é biodegradável (cem vezes mais do que o óleo diesel comum). O protocolo de Kyoto sugeriu a fabricação e utilização do biodiesel e do álcool como uma das maneiras mais eficazes de diminuir a poluição da atmosfera pelo gás carbônico, enxofre, metano e por outros gases formadores de efeito estufa. Para você ter uma ideia, o biodiesel emite 98% menos CO2 do que o petróleo, não produz fumaça preta nem odores desagradáveis”, comenta o gerente de negócios para biodiesel da Camlin Fine Sciences (CFS) para América do Sul, Federico Sakson.
Aditivos para biodiesel
Devido a sua estrutura química o biodiesel pode ser muito sensível à oxidação e à degradação térmica. Por isso o uso de aditivos antioxidantes na produção do biocombustível é muito importante. “A sensibilidade varia de acordo com as matérias primas. As reações de oxidação e polimerização levam à formação de ácidos orgânicos e depósitos que afetam os filtros internos do motor e a bomba de combustível”, explica Federico.
Processo de Oxidação
Muitos óleos vegetais contêm cadeias de carbono com configurações olefínicas conjugadas e são interrompidas por um grupo metileno. Este é um fator chave na instabilidade. Grupos metilenos entre carbonos olefínicos são locais mais adequados para ataque oxidativo. O hidrogênio extraído destes carbonos é rapidamente atacado pelo oxigênio para gerar hidroperóxidos, isomerizando a poliinsaturação e gerando um dieno conjugado. Este mecanismo de cadeia procede rapidamente após um período de indução. Uma vez formados, estes hidroperóxidos se decompõem e interagem, dando numerosos produtos secundários de oxidação: aldeídos, álcoois, peróxidos, ácidos carboxílicos e oligômeros de alto peso molecular de cadeia curta. Os ácidos formados criam corrosão e a combustão de resíduos poliméricos é depositada no motor e nos injetores. O processo de oxidação não pode ser completamente bloqueado, mas pode ser retardado significativamente pelo uso de antioxidantes. Estes são compostos que interrompem a oxidação por reação radical com ácidos para formar um composto estável.
Pensando nisso, a Camlin Fine Sciences Ltd., líder mundial em antioxidantes sintéticos, desenvolveu o Xtendra BL100 e o Xtendra BL200. São aditivos antioxidantes de alta performance, na forma líquida, que proporcionam baixa viscosidade e estabilidade à baixa temperatura. “É um produto altamente tecnológico. Ele com um inibidor de metal tem a função de retardar a oxidação em diferentes concentrações e com diferentes matérias-primas, como compostos derivados fenólicos e solventes. São produtos que não oferecem danos sobre motores internos e combustíveis por serem formulados com um sistema solvente não inflamável e de baixa toxicidade. Além disso permitem alcançar maior desempenho do biocombustível desde sua produção, armazenamento e transporte, por serem desenvolvidos na forma líquida facilitando o manuseio e dosagem. Podem ser aplicados na linha de produção, ao fluxo de saída do processo, em biodiesel acabado ou a um tanque de agitação leve ou recirculação por bomba”, ressalta Sakson.
“Nossa cadeia de abastecimento é totalmente integrada verticalmente, assegura fornecimento constante, qualidade, rastreabilidade e oferece preço mais competitivo. Além disso, oferecemos o serviço de teste RANCIMAT para avaliar a performance do produto e estimativa de shelf life”, complementa o diretor da CFS da América do Sul, Luciano Monteiro.
Antioxidantes CFS: Os Xtendra BL100 e Xtendra BL200 foram aprovados pelo AGQM (Biodiesel Quality Work Management Group), atendendo aos requisitos do “No Harm” e “Eficiência Relativa". Foram avaliados requisitos mínimos, como teste de obturador de injetores em um motor padronizado, interação com aditivos de outras empresas e a interação com diesel e óleo lubrificante. Ambos foram aprovados e registrados na EPA (Environmental Protection Agency)