Quinta-feira, 10 de junho de 2021
Como ocorre tradicionalmente a cada três anos, nesta quarta-feira (9) o Sistema FAEP/SENAR-PR reuniu os produtores rurais do Estado com objetivo de apresentar os novos integrantes das Comissões Técnicas, espaços onde se debatem as demandas mais importantes do agronegócio estadual e de onde saíram muitas das estratégias primordiais para a trajetória vitoriosa desse segmento nas últimas décadas. Normalmente o evento é realizado de forma presencial, reunindo representantes de todas cadeias e regiões do Estado, para que conheçam quem são os presidentes e vice-presidentes de cada comissão e os técnicos responsáveis por cada uma (confira a lista completa abaixo). Este ano, por conta da pandemia do novo coronavírus, o evento foi realizado por meio de uma transmissão online.
O evento contou com a participação do presidente do Sistema FAEP/SENAR-PR, Ágide Meneguette, da deputada federal Aline Sleutjes (PSL-PR), presidente da Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Câmara Federal, o deputado federal Sérgio Souza (MDB-PR), presidente da Frente Parlamentar Agropecuária (FPA), além do analista da consultoria Safras & Mercado, Paulo Molinari. Na ocasião o especialista fez uma palestra sobre as tendências para o setor de grãos na temporada 2021/22.
O evento começou com Meneguette destacando a atuação das Comissões Técnicas da FAEP. “São de suma importância para direção política e uma posterior articulação. Em um primeiro momento os participantes indicam problemas, necessidades e mesmo melhorias. E, em um segundo momento a FAEP traz a estratégia de atuação com a perspectiva de trazer ganhos para o produtor rural”, afirmou. “Para essa gestão tivemos uma ótima surpresa: a indicação de mais de 700 integrantes, número histórico”, comemorou Meneguette, referindo-se à grande adesão de produtores de todos os segmentos do agronegócio paranaense.
Representação política
No comando da Comissão de Agricultura da Câmara Federal, a deputada Aline Sleutjes fez um breve resumo dos temas importantes que vêm tramitando no legislativo federal. Segundo ela, houve avanços em algumas questões, mas outras dependem de atenção. “Estamos avançando na regularização fundiária, não temos como falar de zelo pelo meio ambiente na propriedade se a propriedade não tiver dono, não tiver CPF. Temos duas matérias tramitando nesse sentido, uma na Câmara em regime de urgência, outra semelhante no Senado. Com a possibilidade de dar o título de posse de terra ao proprietário, ele poderá financiar, equipar, produzir, dar boas condições de vida para sua família”, observou Aline.
Outra questão abordada pela parlamentar foi a regulamentação de novos agroquímicos. “Nós do agro sabemos da importância de ter moléculas aprimoradas, produtos eficientes, com menor quantidade e maior eficiência. Ninguém usa isso porque quer, usa porque precisa”, destacou.
Também o deputado federal Sérgio Souza elencou questões centrais para o desenvolvimento do agronegócio brasileiro, hoje em discussão na esfera federal. “O ministro [do Supremo Tribunal Federal] Edson Fachin colocou para votar na próxima sexta-feira as condicionantes para demarcação de terras indígenas. (…) Isso pode gerar um caos, porque qualquer cidadão pode se declarar índio e poderá declarar que aquela terra é dele. Imagine a insegurança jurídica”, advertiu.
Em relação aos entendimentos divergentes em relação à aplicação do Código Florestal no bioma Mata Atlântica, Souza parabenizou a FAEP por ter contribuído com a medida impetrada pela Procuradoria Geral do Estado (PGE) e pelo Instituto Água e Terra (IAT), que derrubou a liminar que garantia a prevalência dos dispositivos da Lei da Mata Atlântica e não o Código Florestal no Paraná. “Sabemos da competência e da organização dos produtores, mas há uma série de interpretações divergentes da aplicação do Código Florestal no bioma mata atlântica. Esse é um dos maiores problemas que temos no Estado”, ponderou.
Perspectivas econômicas
Em sua palestra, Molinari, da Safras&Mercado, elencou os pontos fundamentais que devem afetar o ambiente econômico da negociação da safra 2021/22, como a situação da peste suína africana na China, a taxa de câmbio no Brasil, a expectativa da safra norte-americana, o fluxo de exportações do Brasil e o clima nas lavouras dos Estados Unidos.
“Com o provável aumento na taxa de juros americana, o dólar mais forte e a desvalorização cambial no Brasil, temos sugerido a produtores e empresas que têm dívidas em dólar, ou importações a serem quitadas, para aproveitar esse momento para travar suas dívidas numa taxa de câmbio saudável”, orienta.
Confira os presidentes e vice-presidentes das Comissões Técnicas
Aquicultura
EDMILSON JOSÉ ZABOTT (Palotina)
EDIO LUIZ CHAPLA (Marechal Cândido Rondon)
Avicultura
DIENER GONÇALVES DE SANTANA (Cianorte)
CARLOS SÉRGIO BONFIM DE ANDRADE (Castro)
Bovinocultura de Corte
RODOLPHO LUIZ WERNECK BOTELHO (Guarapuava)
LIGIA FRANCO DE MEDEIROS BUSO (Santo Antonio da Platina)
Bovinocultura de Leite
RONEI VOLPI (Faep)
JAN UBEL VAN DER VINNE (Carambeí)
Cafeicultura
WALTER FERREIRA LIMA (Centenário do Sul)
EDSON DORNELLAS (Londrina)
Cana-de-Açúcar
ANA THEREZA DA COSTA RIBEIRO (Porecatu)
FRANCISCO CARLOS DO NASCIMENTO (Mandaguaçu)
Cereais, Fibras e Oleaginosas
NELSON NATALINO PALUDO (Toledo)
JOSE ANTONIO BORGHI (Maringá)
Hortifruticultura
MARCO ANTONIO DE OLIVEIRA MACHADO (Cornélio Procópio)
PAULO RICARDO DA NOVA (São José dos Pinhais)
Meio Ambiente
NERY JOSÉ THOME (Campo Mourão)
GUSTAVO RIBAS NETTO (Ponta Grossa)
Suinocultura
DEBORAH GERDA DE GEUS (Tibagi)
WIENFRIED MATTHIAS LEH (Guarapuava e Pinhão)
Mulheres
LISIANE ROCHA CZECH (Teixeira Soares)
Texto: Faep