Terça-feira, 10 de abril de 2018
O setor de máquinas agrícolas, um dos mais visitados da ExpoLondrina 2018, é uma vitrine para novos produtos e tecnologias aplicadas ao campo. Além da beleza e imponência das máquinas e implementos, o segmento reúne novidades como um trator com câmbio automático CVT e uma plantadeira com apenas dois pontos de lubrificação.
A DHL, concessionária Valtra, trouxe para a feira a quarta geração da linha de tratores da série T. O destaque é o modelo T CVT, trator de grande porte equipado com câmbio CVT, de última geração. O trator tem motorização com potência que varia de 190 a 250 cavalos. O câmbio CVT não possui marchas, mas sim uma variação praticamente infinita de relações de transmissão ajustadas de acordo com a rotação do motor.
No caso do trator da Valtra, segundo Jean Bocatto, responsável pelo pós-venda da marca, essa tecnologia permite um gerenciamento mais eficiente entre o câmbio e o motor. O resultado é um consumo menor de combustível, além de melhores resultados operacionais. Ele explica que o trator gerencia o trabalho do motor, mantendo uma rotação estável num trecho de linha reta, acelerando diante de algum obstáculo ou ainda reduzindo a rotação numa descida.
“Você programa uma velocidade e a máquina faz o gerenciamento do trabalho do motor e do câmbio”, diz. O sistema permite estabelecer velocidades que variam de 0,03 km/h até 28 km/h. O modelo custa a partir de R$ 650 mil.
O estande da Agricase, concessionária Case IH, na ExpoLondrina 2018 tem como destaque a plantadeira pneumática Easy Riser 3213. O modelo reúne vários recursos tecnológicos que aumentam a eficiência do processo de plantio.
A marca adotou nessa plantadeira o uso de rolamentos com blindagem múltipla. Como resultado, conseguiu reduzir drasticamente os pontos de lubrificação do equipamento, de cerca de 100 para apenas dois. Adriano Batista, da equipe de vendas da Agricase, diz que o tempo dispendido todos os dias de uso da máquina com a lubrificação se torna muito menor, ganhando um tempo importante para o produtor.
Ele reforça que os equipamentos se enquadram no conceito de agricultura de precisão. A tecnologia embarcada nas máquinas agrícolas otimiza todas as fases dos diferentes processos no dia a dia da agricultura, seja no plantio, colheita, pulverização, manejo do solo, etc. No caso da plantadeira da Case IH, essa otimização resulta em maior plantabilidade, uniformidade na distribuição de grãos e também num ganho de velocidade no trabalho de plantio. O equipamento custa, em média, R$ 18 mil por linha, que são as unidades semeadoras que compõem o conjunto da plantadeira.
A Case IH tem três plantas industriais no Brasil, uma em Sorocaba (SP) onde fabrica colheitadeiras, uma em Piracicaba (SP), onde monta os pulverizadores, e uma terceira em Curitiba, para fabricação de tratores.
As expectativas para o setor de máquinas e implementos agrícolas da cooperativa Integrada, que mais uma vez está na Exposição Agropecuária e Industrial de Londrina, são as melhores possíveis. Ito Seisuke, superintendente da área técnica e insumos da cooperativa, diz que a ExpoLondrina é um termômetro para o setor. “É quando iniciamos as negociações. O produtor espera pela exposição para definir os seus investimentos, mesmo porque são oferecidas condições especiais para compra em eventos como estes e também porque as instituições financeiras estão junto, facilitando o processo”, comenta.
A integrada trabalha com plantadeiras e pulverizadores autopropelidos com alta tecnologia. “Temos também máquinas mais leves como carreta para grãos, escarificador e implementos do dia a dia do campo”, informa Seisuke, observando que a cada ano o setor de máquinas e implementos agrícolas traz novidades, principalmente relacionadas à tecnologia.
Tecnologia é a palavra de ordem também na Horizon - concessionária autorizada John Deere, com sede em Cambé. Segundo o gerente Martin Stremlow, “o hardware muda pouco hoje; o que muda mesmo é o software”. Em outras palavras, a tecnologia embarcada é o grande diferencial dos equipamentos atualmente e as novidades também estão ao alcance dos pequenos e médios produtores. Bruno Trosdorf, coordenador de Agricultura de Precisão da Horizon, explica que a tecnologia embutida num pequeno trator encarece o produto final em torno de R$ 25 mil. “É um investimento que se paga no primeiro ano de uso do equipamento”, diz.
Para eles, o ano de 2018 será muito bom para o setor. Stremlow arrisca dizer que as vendas devem ser incrementadas em 15% ou mais no ano. “Os preços das commodities estão subindo, os juros para financiamento empatam com a inflação, a safra foi boa. São fatores positivos que impactam na decisão de investimentos do produtor”, sustenta.