Quinta-feira, 23 de abril de 2020
“Quando os órgãos competentes falam a mesma língua, as peças começam a se encaixar”. A frase do produtor rural Diener Santana, de Cianorte, município na região Noroeste, define bem como a atuação do Sistema FAEP/SENAR-PR e dos sindicatos rurais junto aos diversos órgãos do governo estadual traz resultados práticos para o campo.
Transmissão ao vivo: Na próxima sexta-feira, dia 24, a partir das 14 horas, no Facebook do Sistema FAEP/SENAR-PR, acontece uma transmissão ao vivo com o secretário de Desenvolvimento Sustentável e do Turismo, Márcio Nunes, e a técnica do DTE do Sistema FAEP/SENAR-PR Carla Beck para falar sobre o Programa Descomplica Rural.
No caso específico de Santana, a contribuição veio por meio do Programa Descomplica Rural, lançado pelo governo do Paraná no início deste ano com o objetivo de desburocratizar os processos de licenciamento ambiental, agilizando o processo de emissão. A proposta contou com amplo apoio do Sistema FAEP/SENAR-PR, que participou, desde as discussões iniciais para a criação do programa até a promoção de eventos pelo interior do Paraná para divulgar a novidade entre os produtores.
Na propriedade de Santana, a avicultura é o carro-chefe, com três barracões onde consegue alojar até 55 mil aves. Esta atividade tem na energia elétrica um importante insumo, correspondendo a mais de 20% dos custos de produção em alguns casos. Por este motivo, o avicultor mirou o aproveitamento da energia fotovoltaica (solar) para reduzir custos.
“Morei no Japão sete anos e lá tive acesso a esta tecnologia [de geração fotovoltaica]. Há mais de 10 anos venho pesquisando. Porém, até pouco tempo atrás, o uso de painéis solares era inviável no Brasil. Era muito caro e não tinha incentivo. Hoje, isso mudou”, atenta Santana.
De fato, nos últimos anos uma série de fatores, como o aumento expressivo na tarifa de energia elétrica, tornaram a geração de energia solar uma opção atrativa para a família do campo. Tanto que no início deste ano, o Departamento Técnico Econômico (DTE) do Sistema FAEP/SENAR-PR produziu uma nota técnica indicando que o retorno do investimento nestes equipamentos ocorreria em sete anos, no caso da avicultura. O material também elencou dezenas de linhas de crédito para investimento em energia solar por parte dos produtores interessados.
Santana estava na reta final parta a instalação dos equipamentos quando surgiu um obstáculo que não estava no roteiro: a necessidade de licença ambiental para instalação dos painéis no nível do solo. “No caso da avicultura, a maioria dos sistemas fotovoltaicos é instalado em cima dos telhados dos aviários. Então, a Copel não pede a DLAE [Declaração de Dispensa de Licenciamento Ambiental Estadual]. Mas no meu caso foi pedido porque o meu sistema foi instalado no chão”, explica.
Por meio do Sindicato Rural de Cianorte, o avicultor recebeu a assistência do Sistema FAEP/SENAR-PR, que orientou o que fazer por meio do Programa Descomplica Rural. Assim, Santana obteve a dispensa do licenciamento de forma ágil. “Eu peguei um momento de transição, quando o programa saiu do papel e foi para o online. Mas quando a coisa engrenou foi questão de um dia e meio, algo que anteriormente eu imagino que levaria entre três e seis meses devido à burocracia”, avalia.
Com a instalação do novo medidor de energia da Copel já marcada, o objetivo do avicultor agora é zerar a conta de energia, cuja média mensal gira em torno de R$ 5 mil. “Com a instalação dos painéis, a expectativa é pagar apenas a taxa mínima da Copel”, ressalta. “Eu gero mais energia que eu preciso durante o dia. Assim eu ‘credito’ na Copel para consumi-la no período noturno. A expectativa é zerar a fatura no que se refere a gasto”, planeja o avicultor.