Terça-feira, 18 de julho de 2017
Produtores de leite precisam cuidar de diversos aspectos de segurança e qualidade durante o processo, desde a higiene do rebanho e do equipamento ao local de coleta e armazenamento. Qualquer problema ao longo da produção pode ter impacto no produto final e, em consequência, na renda dos empreendedores. Este cuidado com as boas práticas na produção do leite é o tema de recente boletim produzido pelo Sistema de Inteligência Setorial (SIS) do Sebrae.
A qualidade do leite está diretamente ligada a higienização do processo e ao controle de qualidade, feito por meio de análises microbiológicas. Quando o leite é de alta qualidade o produtor recebe um valor maior por litro - por outro lado, se a qualidade da produção está com baixo nível de qualidade o produtor pode, por lei, até ser penalizado. A higienização envolve uma série de processos: controle de zoonoses dos animais; cuidados sanitários e higiênicos durante a ordenha, transporte e armazenamento; limpeza da sala de ordenha, do equipamento e dos tanques de refrigeração além da atenção com a qualidade da água com a qual é feito o processo de higienização.
A água, por sinal, é fundamental tanto na limpeza quanto como nutriente básico para a vaca leiteira. O consumo médio é de 150 litros de água/dia por animal. Em sistemas de três ordenhas/dia, somente a limpeza da sala de ordenha pode chegar a 30 litros por vaca/dia. Mas a preocupação não é só com o volume: na limpeza, a água deve receber especial atenção quanto às suas características fisioquímicas e processo de utilização para que não promova a contaminação microbiológica do produto. Deve-se observar três aspectos básicos da água: a dureza, o pH e a alcalinidade, cujas proporções afetam a maneira como é feita a limpeza dos equipamentos.
Um cuidado especial para os produtores que trabalham em cooperativa: todos precisam seguir o mesmo padrão ao fazer a limpeza dos tanques de refrigeração. O conteúdo disponibilizado gratuitamente pelo SIS Sebrae recomenda utilização de água morna (35°C a 45°C) e de detergente alcalino. Após a limpeza das partes internas e externas, prepare uma solução sanificante à base de cloro (200ppm) e enxágue toda a superfície do tanque. A água morna serve para remover a lactose, enquanto o cloro dos detergentes alcalinos auxilia a retirar as proteínas. Os detergentes ácidos, por sua vez, removem os minerais, prolongam a vida das borrachas e do aço inox e evita a proliferação de bactérias.
Para os produtores que buscam informações e técnicas para qualificar o processo de higienização do leite, o SIS Sebrae recomenda:
• Aprofunde seus conhecimentos sobre higienização e produção de leite. O Sebrae possui uma vasta base de dados com diversas informações como o Guia Prático de produção intensiva de leite, que traz informações sobre o controle e manejo da reprodução, manejo da ordenha, sistemas de ordenha, qualidade do leite e controles econômicos da indústria;
• Conheça o Programa Balde Cheio, do Sebrae, que promove a capacitação de produtores rurais com o intuito de ampliar a produção leiteira;
• Inteire-se das instruções normativas (IN) que regulam seu segmento, como a IN 05 de 14 de fevereiro de 2017, que regulamenta as agroindústrias de pequeno porte de laticínios, ovos e mel ou a IN 62 de 29 de dezembro de 2011 que regulamenta a produção, identidade e qualidade do leite e que deve entrar em vigor em 2018;
• Participe de eventos na sua área. Confira a agenda a seguir e programe-se: Minas Láctea, 18 a 20 de Julho em Juíz de Fora, MG; 2o Fórum MilkPoint Mercado, 01 de agosto em Uberlândia, SP; Interleite 2017, 02 e 03 de agosto em Uberlândia, SP.
(Foto ilustrativa: Sindicato Rural de Guarapuava/Arquivo)