Quarta-feira, 01 de novembro de 2017
Maria de Lourdes Keller
Maria de Lourdes Keller é uma ex-profissional de Recursos Humanos que viu junto com o marido, Rudolf Keller, na produção de feno um nicho de mercado pouco explorado com um futuro promissor. “Eu trabalhei por muito tempo no departamento de recursos humanos de uma empresa em Curitiba e lá acabei conhecendo meu marido. Como ele trabalhava com máquinas, teve a oportunidade de ir pra Alemanha fazer alguns cursos. Quando voltou, nos casamos e moramos em Maringá por um ano, até que decidimos nos mudar para Guarapuava e depois de um tempo, demos início ao negócio de produção de fenos. Em 2003, deixei de trabalhar com recursos humanos e resolvi me dedicar ao campo”. Atualmente, Maria se vê realizada na atividade e diz não se arrepender em nenhum momento de ter trocado de profissão. “Hoje sou responsável pelas compras, cuido da logística e opero maquinário, se for necessário. Quando estamos no período de produção de feno, de junho a outubro, venho todos os dias para o campo, para acompanhar a produção. Adoro essa rotina do campo. Posso ficar o dia todo no sol, que não me incomodo”. Detalhista, ela conta que faz questão de acompanhar todo o processo, até a entrega do produto para os clientes. “Valorizo muito nossos clientes, pois são pessoas que compram nosso feno desde o início da nossa produção. São muito fiéis. A maioria é produtor de leite e criador de cavalos. Não temos do que reclamar, já que toda nossa produção quase nunca é estocada. Os fardos saem do campo e seguem direto para as propriedades dos nossos clientes”, orgulha-se.
Elisa Maria Ciscato Bastos Ribeiro
Pedagoga por formação e com vivência na área por mais de 20 anos, Elisa Maria Ciscato Bastos Ribeiro hoje é pecuarista. Casada com Roberto Hyczy Ribeiro, ela seguiu os passos do marido, ajudando-o a realizar um sonho dele, que acabou virando o dela também. “Casei com 15 anos e o Beto ainda estudava agronomia. Depois disso, ele trabalhou por muitos anos como agrônomo em várias empresas e eu como professora. Mas o sonho dele sempre foi ser produtor rural. Compramos a propriedade em 1992, mas cada um continuou com suas profissões. No começo, tínhamos apenas gado de cria e cuidávamos da atividade durante os finais de semana”. Com o passar dos anos, o casal planejou transformar a pecuária em atividade principal. “Chegou a um ponto em que ou vendíamos tudo, ou a dedicação teria que ser exclusiva. Como já planejávamos tornar a Boa Vista a nossa profissão do futuro e sempre tivemos vontade de empreender de fato, resolvemos fazer isso acontecer”. Determinada em fazer a propriedade crescer, Elisa deixou de ser professora há quatro anos e resolveu se dedicar exclusivamente à Fazenda Boa Vista do Mato Dentro. “Ambos sabíamos que a presença e o olhar do dono na propriedade fazem diferença. E eu sempre gostei desta vivência no campo. Então, resolvi me preparar para assumir a pecuária”. Cooperados há mais de oito anos da Cooperaliança Carnes Nobres, Elisa conta que foi na cooperativa que ela encontrou o preparo e apoio técnico para assumir a pecuária. “Fiquei um ano junto com os meus funcionários fazendo cursos e me capacitando para ter uma base para auxiliar na atividade. Claro que as decisões técnicas, o Beto poderia tomar, assim como toma, mas eu também precisava de conhecimento, já que queria fazer da pecuária a minha profissão”. Hoje, Elisa tem conhecimento na área, adquirido por meio de muitas capacitações, mas segundo ela, principalmente, por conta da vivência na atividade. A produtora cuida da parte administrativa da propriedade, da logística, auxilia no manejo do gado e de vários detalhes que como ela mesma afirma, ‘fazem a propriedade funcionar’. “Sinto-me feliz pela escolha que fiz, sinto-me útil e a vivência no campo é prazerosa. Eu gostava muito de ser pedagoga, mas acho que foi um tempo na minha vida no qual eu vivi e passou. Hoje sou produtora rural com muito orgulho”.
Juliana Martins de Oliveira Scherer
Apesar de ser contadora e pedagoga por formação, Juliana Martins de Oliveira Scherer, neta e filha de produtores rurais, sempre teve em sua vida um espaço reservado para o campo. Mesmo quando morava na cidade, ela nunca deixou totalmente de lado o meio rural. Seu trabalho de conclusão de curso de Ciências Contábeis foi um manual para associações de produtores rurais. E quando fez Pedagogia, o trabalho foi sobre educação no campo. "Eu saí do campo por um tempo, mas ele não saiu de mim. Cresci no campo. Quando passei no vestibular, fui morar na cidade, para estudar. Depois de casada morei em Curitiba, mas como meu pai ficou doente e não conseguia mais trabalhar, ele dividiu a propriedade para os filhos. Foi nesse momento que eu e meu marido resolvemos nos mudar para Marquinho, onde ficava a fazenda, para trabalhar lá”. Há três anos, Juliana e seu marido venderam a propriedade em Marquinho e compraram uma chácara em Guarapuava, no distrito de Guairacá. “Compramos a propriedade já com a intenção de que ela nos gerasse renda e pudesse ser sustentável. Como meu marido já tem outro negócio, resolvi me dedicar exclusivamente à chácara”. A atividade escolhida foi a produção leiteira. As instalações ainda estão sendo construídas. “Trabalho é o que não falta aqui. Como meu marido e minha filha ficam fora o dia todo, eu sempre estou trabalhando em alguma coisa na chácara, depois de tirar o leite. Estamos só começando, mas não tenho do que reclamar. Sou muito feliz trabalhando no campo. Sinto-me realizada pela escolha que fiz”.