Segunda-feira, 19 de fevereiro de 2018
A cada ano, a integração entre lavoura e pecuária se difunde no país. A necessidade por intensificação das áreas em virtude da dificuldade de abertura de novas terras e a melhoria na estrutura do solo, principalmente em áreas do cerrado brasileiro, fizeram com que o pecuarista e o agricultor enxergassem que a integração entre os dois segmentos seria uma alternativa para sanar seus problemas e aumentar a rentabilidade por hectare em produção.
O agricultor, tendo necessidade de melhorar a fertilidade do solo, começou a investir no uso de Brachiaria para a formação de palhada. Inicialmente, essa escolha apresentou resistência por parte dos produtores mais tradicionais, já que essa forrageira promove multiplicação do nematoide Pratylenchus brachyurus. Ao longo do tempo essa barreira foi superada, pois se comprovaram os benefícios de seu emprego, que são infinitamente superiores à multiplicação dos nematoides.
Iniciou-se, então, o uso de Brachiaria ruziziensis cv Ruziziensis em sobressemeadura na soja com intuito de formação de palhada, visando o aumento de matéria orgânica no solo. Simultaneamente, alguns produtores começaram a adotar a Crotalaria spectabilis cv Roth como uma alternativa para a rotação de cultura, principalmente em áreas com infestação alta de nematoides, uma vez que essa espécie além de diminuir a população de nematoides, pode acumular até 130 quilogramas de nitrogênio (N) por hectare na parte aérea, provenientes da fixação biológica.
Além da sobressemeadura na soja, o uso de Brachiaria consorciado com o milho se tornou uma realidade. Novas técnicas de plantio permitiram a ampla difusão da tecnologia, sem prejuízo para a cultura e permitindo que a forrageira fosse plantada na terceira caixa da plantadeira, a lanço ou de avião. Seu emprego veio como uma boa opção de integração com a pecuária, garantindo alimento para o gado na entressafra, agregando valor ao negócio e, ainda, melhorando a estrutura do solo com o aumento da matéria orgânica.
Uma alternativa para o plantio da semente de Brachiaria é o uso de sementes forrageiras incrustadas, que melhoram a plantabilidade em virtude de uniformidade de tamanho e peso, além dos tratamentos agregados às sementes como fungicidas e inseticidas. Atualmente, existem pelo menos quatro sistemas de plantio consorciado com a agricultura:
Sistema Barreirão: Tecnologia de recuperação/renovação de pastagens em consórcio com culturas anuais. Consorciam-se arroz de terras altas, milho, sorgo e o milheto com forrageiras, como espécies de Brachiaria ou Panicuns ou com leguminosas forrageiras, como Stylosantes sp., Calopogonio mucunoides e Arachis pintoi.
Sistema Santa Fé: Tecnologia que permite o uso intensivo de áreas agrícolas na região do cerrado com redução nos custos de produção. Os principais objetivos do Sistema Santa Fé são a produção forrageira (silagem) para a entressafra e palhada em quantidade e qualidade para o Sistema Plantio Direto (SPD). Este sistema apresenta grandes vantagens, pois altera o cronograma de atividades do produtor, é de baixo custo e não exige equipamentos especiais para ser implantado simultaneamente ao plantio da cultura anual, ou cerca de 10 a 20 dias após a emergência.
Sistema Santa Brígida: O objetivo do Sistema Santa Brígida é inserir os adubos verdes no sistema de produção, de modo a permitir um aumento do aporte de nitrogênio no solo, via fixação biológica do nitrogênio atmosférico. O consórcio não deve afetar a produção de grãos de milho. A cultura subsequente pode se beneficiar do nitrogênio proveniente das leguminosas, permitindo a redução no fornecimento de nitrogênio mineral.
Sistema São Francisco: Considerado o mais recente modelo de Integração Lavoura-Pecuária (ILP), o sistema consiste na sobressemeadura de capim sobre soja ou milho, mas com uma diferença: no lugar de Brachiaria ruziziensis, “gramínea-rainha” da integração, usa-se Mombaça, capim do gênero Panicum até pouco tempo considerado inadequado para ILP. O entouceramento do Mombaça pode ser evitado ajustando-se a taxa de lotação, de acordo com a oferta de forragem. No entanto, o entouceramento não é visto como um problema frequente no sistema, porque o capim tem vida curta e é pastejado nos meses de seca e depois dessecado.
Independentemente do sistema usado, o importante é não deixar o solo descoberto e intensificar cada vez mais a produção na mesma área, visto que a competição por outras culturas como a cana-de-açúcar é cada vez maior, pois o retorno financeiro por hectare desta cultura é bastante atrativo. Atualmente, em algumas regiões privilegiadas por clima, já é possível fazer safra, safrinha e boi, ou seja, três safras em um ano, tendo um rendimento por hectare maior do que qualquer sistema solteiro, como seria com pecuária ou agricultura de formas isoladas.
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Sobre a Barenbrug Brasil
A Barenbrug do Brasil é uma empresa do Royal Barenbrug Group, com mais de cem anos de vida, pioneira e líder mundial no segmento de forrageiras. É especializada no melhoramento genético, na produção e no tratamento de sementes de forrageiras. Desenvolve tecnologias inovadoras para manejo de pastagem e, por meio do programa de melhoramento genético e de sua rede de distribuição, oferece cultivares superiores ao setor agropecuário, adaptadas e com alto potencial de conversão em produto animal. A empresa foi fundada na Holanda em 1904 e possui 27 filiais presentes em todos os continentes – especializadas também no melhoramento genético e na produção de sementes para gramados e forrageiras – o que a torna uma das maiores companhias do setor no mundo. No Brasil desde 2012, a Barenbrug é a única empresa privada especializada em melhoramento genético forrageiras tropicais. Para mais informações, visite www.barenbrug.com.br