Quarta-feira, 22 de abril de 2020
Produtores rurais de Guarapuava e região puderam, na segunda semana de março, ampliar conhecimentos sobre soja e milho na 7ª edição do Centro de Treinamento Pitangueiras (CTP), um dia de campo que o Grupo Pitangueiras realizou numa área próxima ao KM 353 da BR 277. Com dois agrônomos convidados, a programação trouxe palestras, destacando os manejos de doenças e de plantas daninhas. O gerente de marketing, Marcelo Scutti, destacou que a programação refletiu a filosofia de trabalho da empresa: apresentar opções tecnológicas que ajudem a evitar redução de rentabilidade na lavoura. “O foco do Grupo Pitangueiras é sempre falar nas perdas que eventualmente o produtor tem por não usar uma tecnologia proposta ou ainda achar que uma aplicação a mais ou um insumo a mais é custo. O uso da tecnologia não vai trazer ganhos – por outro lado vai evitar perdas. O lucro hoje está no que você deixa de perder”, ressaltou. De âmbito estadual, o CTP também foi promovido em Corbélia, Toledo, Wenceslau Brás e Ponta Grossa.
Estações abordam plantas daninhas e doenças
Aroldo Marochi – Agrônomo e consultor
“Um assunto que focamos é a preocupação muito grande com doenças radiculares. Observamos um nível de incidência a cada ano maior. Essas doenças que são correlacionadas com fusarium, macrophomina e em algumas situações até mesmo rhizoctonia, estão ocasionando prejuízo muito significativo ao sojicultor. Fornecemos orientações, que não é um manejo apenas químico. Demos as opções em função de manejo de cobertura de inverno, utilização de mix de cobertura, alternâncias de coberturas de inverno para melhorar a atividade biológica de solo – algumas coberturas podem proporcionar uma redução de população desses fungos. Direcionamos o agricultor para começar a trabalhar uma linha mais biológica e complementar um pouco mais de biológicos desde aplicação de sulco, em área total. É de fundamental importância trabalhar um sistema de manejo para essas doenças e não apenas tentar controlar”.
José Luiz Buss – Agrônomo e consultor
Tem aumentado muito os biótipos de plantas daninhas resistentes a glifosato. Foca aqui nas moléculas de herbicidas mais antigas, que estão retornando ao mercado. E como o produtor, digamos assim, esqueceu (daquelas opções) pela entrada da tecnologia RR, estamos resgatando essas moléculas, como sugestão do produtor colocá-las dentro do manejo. Se retornarmos à agricultura de 15 anos atrás, a nossa área de milho verão era muito significativa. E a gente tinha um ingrediente ativo que não se usa na soja. Quer dizer que (isso) rotacionava mecanismos de ação herbicida muito interessante. Hoje, com essa sucessão soja, soja, soja, perdemos essa ferramenta. Então, a gente volta a sugerir que os agricultores aproveitem, por exemplo, este ano, em que o preço de milho está convidativo, e comecem a retomar esta prática técnica, que realmente ajuda a controlar todo o banco de sementes de plantas daninhas indesejáveis”.