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Segunda-feira, 24 de junho de 2019

Simpósio discute inovações técnicas aplicadas à agricultura

A Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro), por meio do Programa de Educação Tutorial (PET) do Departamento de Agronomia da instituição, realizou do dia 6 a 8 de junho, o 1º Simpósio de Inovações Técnicas Aplicadas à Agricultura – Cultura do Milho.

O evento apresentou eixos temáticos importantes para o desenvolvimento da produção de milho: cooperativismo, fisiologia de produção, manejo da fertilidade, biofortificação de plantas, fitossanidade, inoculação, melhoramento genético, inovações tecnológicas e nutrição animal.

A programação durante os três dias contou com as palestras: Biofortificação em plantas com foco na cultura do milho (Luiz Roberto Guimarães Guilherme – UFLA); Cooperativismo (Jhony Moller – Ocepar); Inovações na produção de silagem de milho (Igor Quirrenbach Carvalho – G12 Agro); Manejo de plantas resistentes (Fernanda Carvalho Lopes de Mederiso (UFLA); Manejo de Pragas (Aline Pomari Fernandes – UFFS); Uso de gesso agrícola (Eduardo Fávero Caires – UEPG); Nematóides do milho (Fernando Cesar Baida – Nemabrasil); Estria bacteriana (Adriano Augusto de Paiva Custódio – IAPAR); Micotoxinas na cultura do milho (Dauri José Tessmann – UEM); Fisiologia de produção de milho – João Domingos Rodrigues – UNESP); O uso de Azospirillum spp. Na cultura do milho (Marco Antonio Nogueira – Embrapa); Tecnologia de duplo haploides (Evandrei dos Santos Rossi – SHULL SEEDS) e Digitalização do agronegócio (Francisco Nogara).

Segundo a professora do Departamento de Agronomia, Cacilda Marcia Duarte Rios, uma das organizadoras do evento, o simpósio surgiu da necessidade dos alunos do PET terem uma atualização de informações e um maior contato com pesquisadores. “Nós escolhemos a cultura do milho por ser uma cultura importante aqui na região e também porque dentro do grupo, temos vários alunos com pesquisas voltadas para essa cultura. Traçamos junto com a Associação Brasileira de Milho e Sorgo (ABSM) algumas linhas que seriam importantes abordar e assim definimos a programação”.

Durante os três dias, mais de 200 pessoas participaram do evento, entre alunos, profissionais e produtores rurais. “Os palestrantes eram de diversas regiões do país e tivemos um feedback muito bom da qualidade das palestras. Pretendemos tornar anual o evento, abordando uma cultura por ano. A previsão é que no próximo ano seja sobre batata”, adianta Cacilda.

O evento teve apoio do Sistema Faep/Senar, Sindicato Rural de Guarapuava, Galpão do Boiadeiro, Tratorsolo, NemaBrasil, Ballagro, Coamo, CREA-PR, 1500 Empório, Syngenta, Fundação Agrária de Pesquisa Agropecuária (FAPA), Agrícola Estrela, Cross Formaturas, Defensive Agrovant, Influx, ABMS e Associação dos Engenheiros Agrônomos de Guarapuava (Aeagro).

Confira o resumo de algumas palestras do evento:

Biofortificação em plantas com foco na cultura do milho

Luiz Roberto Guimarães (Universidade Federal de Lavras)

“No passado, procuramos aumentar a quantidade de alimentos, depois procuramos produzir de uma maneira sustentável e agora a gente precisa se preocupar em produzir alimento com qualidade, que é a biofortificação. O fato de termos aumentado a produtividade no passado fez com que algumas culturas acabassem tendo um menor teor de nutrientes. Essa é uma preocupação recorrente. Às vezes, é preciso colocar nutrientes que a planta não precisa durante seu desenvolvimento, mas que os seres humanos precisam. Podemos usar duas estratégias: desenvolver materiais geneticamente melhores ou adicionar nutrientes ao solo. É um conceito novo, mas que precisamos começar a incorporar, até porque nossos compradores externos, como a China, por exemplo, já tem esse conceito muito forte. O milho quanto mais amarelo, mais vitamina A ele tem, que é muito importante para o desenvolvimento da visão, principalmente em crianças. É importante também um maior teor de Zinco, Selênio e Iodo, que são muito importantes para a saúde humana e animal”.

Inovações na produção de silagem de milho

Igor Quirrembach Carvalho (G12 Agro)

“O planejamento é fundamental em qualquer atividade. Na produção pecuária, mais ainda. É importante que o produtor planeje, pelo menos meio ano antes, o que vai plantar na próxima safra – já saber quanto vai plantar, qual vai ser a cultura, se vai plantar mais cedo ou mais tarde – para que produza uma comida em boa quantidade, com boa qualidade e com um custo interessante também. Não existe o melhor milho para silagem. O que existe é o melhor milho para cada situação. O que nós, técnicos, temos que fazer? Entender o sistema de produção de cada propriedade. O que ela tem disponível de equipamentos, de fertilidade do solo, qual tipo de animal, se a produção é alta, mediana, entender o sistema da propriedade e indicar o melhor milho para a situação do produtor”.

Manejo de plantas resistentes

Fernanda Carvalho Lopes de Medeiros (Universidade Federal de Lavras-MG / UFLA)

“As plantas daninhas estão adquirindo resistência aos herbicidas mais utilizados. Queremos diversidade de manejos para proteger as moléculas contra resistência. Primeiro, acho que é extremamente importante o manejo de palhada, pensando em diminuir mato-competição e garantindo uma dianteira competitiva da cultura. Fazer rotação de herbicidas. Conhecer a biologia das plantas daninhas. No caso do azevém, que é um dos problemas aqui na região, sabemos que a chuva de sementes ocorre um pouco mais cedo. Então, se conseguirmos manejar antes do florescimento, e entrar com plantio o mais cedo possível, para impedir que ele faça esse florescimento, e produza sementes para a próxima estação, seria a melhor estratégia. E esse é um exemplo de manejo cultural”.

Manejo de pragas no milho

Aline Pomari Fernandes (Universidade Federal da Fronteira Sul - UFFS)

Grande parte das pragas está vinculada, muitas vezes, a uma adubação não equilibrada, a um solo descoberto, sem palhada. Então, muitas vezes, a gente tem uma densidade de plantio diferente daquela recomendada para aquela cultivar utilizada. Se o produtor faz uma semeadura antecipada, automaticamente entra no período de maior incidência daquela população de pragas em especial. Esse manejo cultural é muito importante para essa redução populacional. Mais importante do que a gente pensar que tem que controlar, é conseguir correlacionar a estratégia de controle com a produtividade. Muitas vezes, se utilizarmos o controle de uma forma exagerada, vamos aumentar a produtividade, mas nosso gasto para isso é tão grande que a rentabilidade vai ser menor da mesma forma”.

Digitalização no agronegócio

Francisco Nogara (SkyAgri)

“Essa tecnologia vem ajudar o agricultor a responder com muito mais assertividade as questões do dia a dia da agricultura: o que, quando e como aplicar. Isso diminui o componente emocional de ‘acho que precisa’ e se passa a utilizar parâmetros numéricos. Então se consegue avaliar muito melhor algum evento que ocorra na lavoura. A tecnologia de digitalização também permite que se crie modelos digitais do teu terreno. Essa digitalização permite que se construa projetos de conservação de solos muito mais assertivos, do que simplesmente você estar no campo e colocar um terraço, uma curva de nível, sem analisar com mais detalhes aquelas variáveis, que impactam em toda a eficiência desse sistema”.

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