Onda de roubo de gado faz FAEP pedir força-tarefa de segurança

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Segunda-feira, 03 de junho de 2019

Onda de roubo de gado faz FAEP pedir força-tarefa de segurança

Ações de quadrilhas vêm sendo registradas em todas as regiões do Estado, preocupando pecuaristas e funcionários

A constante ação de quadrilhas especializadas em furtar e roubar gado e implementos agrícolas de propriedades rurais do Paraná fez com que a FAEP apresentasse um pedido ao governo do Estado. Em ofício encaminhado à Secretaria Estadual da Segurança Pública (Sesp), o presidente da Federação, Ágide Meneguette, solicita a criação de uma força-tarefa que se dedique exclusivamente a investigar e a desbaratar os grupos criminosos que miram fazendas de gado. De acordo com o pedido, Polícia Civil e Polícia Militar se integrariam nestaação conjunta, sob coordenação da Sesp.

“A falta de segurança no campo tem preocupado muito os produtores rurais do nosso Estado. São inúmeros casos relatados em todas as regiões do Paraná e de forma recorrente”, justifica Meneguette.

Os relatos se espalham por praticamente todas as regiões do Paraná e variam em relação à forma de atuação dos bandidos e à gravidade dos fatos. Independentemente disso, os casos vêm se sucedendo de forma praticamente ininterrupta. Em abril, os ladrões invadiram a fazenda de Tiago Mantovani, localizada em Ribeirão Claro, no Norte Pioneiro, e abateram um boi no local para furtar a carne do animal. No dia seguinte, o pecuarista se deparou com a cabeça e a carcaça às moscas.

“Foi a quarta vez em cerca de um ano e meio que invadiram a minha propriedade e fizeram isso: matam algumas cabeças no local e levam a carne. Aqui na nossa região teve muitos casos parecidos. De vez em quando, a polícia prende uma quadrilha, mas logo aparece outra. Tinha que ter uma ação constante das forças de segurança”, diz Mantovani.

No Norte Pioneiro e Noroeste, a polícia identificou outra modalidade de atuação dos bandidos. Os ladrões entram nas fazendas e, usando caminhonetes ou pequenos caminhões, furtam cabeças de gado, deixando os pecuaristas no prejuízo e com a sensação de impotência. No início do ano, um fazendeiro de Mariluz teve 23 cabeças levadas de uma só vez. Desesperado, o pecuarista chegou a oferecer uma recompensa de R$ 10 mil a quem apresentasse informações que o ajudasse a recuperar os animais.

Violência

Em algumas regiões, as ocorrências são ainda mais preocupantes por envolverem violência. Em Rondon, no Noroeste do Paraná, quadrilhas formadas por bandidos armados têm invadido as fazendas, rendido funcionários e pecuaristas e roubado o que podem: de caminhões lotados de gado a tratores e outros implementos agrícolas. Recentemente, a criadora Simone de Paula teve a um familiar vítima do crime.

“Por muito tempo os bandidos cuidam da rotina da propriedade. Depois, eles vêm com o caminhão, rendem os funcionários e suas famílias, levam tudo embora. É um terror. Temos muitos casos na nossa região”, conta Simone.

Em novembro do ano passado, o Ministério Público do Paraná (MP-PR) ofereceu denúncia contra quatro homens, acusados de integrar uma quadrilha que atuava no Noroeste do Estado. As investigações contêm provas de que eles assaltaram pelo menos quatro propriedades – de uma delas, foram levados 45 animais, avaliados em R$ 60 mil. O gado roubado pelo grupo criminoso era mantido em uma fazenda, em que havia 250 cabeças sem comprovação de origem.

 

Fonte: FAEP

 

 

 

 

 

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