Missioneira-gigante: forragem adaptada à áreas sombreadas e clima frio

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Quinta-feira, 30 de setembro de 2021

Missioneira-gigante: forragem adaptada à áreas sombreadas e clima frio

Uma boa opção de forragem para pecuaristas que possuem sistemas silvipastoris nas propriedades rurais ou ainda que possuem áreas nativas que não estão gerando rentabilidade é a Missioneira Gigante. Trata-se de uma cultivar recente, lançada em 2015, nativa do Vale do Itajaí, desenvolvida pela Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri).

Na região de Guarapuava, a Missioneira Gigante tem caído no gosto de pequenos e médios pecuaristas, principalmente por duas características: ela é adaptada a ambientes sombreados e resistente a climas mais frios.

A Missioneira Gigante é uma forragem perene e plantada, exclusivamente, por meio de mudas. Na região de Guarapuava elas podem ser adquiridas na Golden Tree, com garantia de qualidade.

A doutoranda em Produção Vegetal – linha de pesquisa Sistemas de Produção Integrados da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Talyta Mytsuy Zanardini Galeski Sens, explica que a Missioneira Gigante consegue se desenvolver em ambiente com sombreamento de até 40%. “Essa característica, que é a principal, faz com que ela seja resistente a geadas, porque esses ambientes apresentam microclima mais resistente. Embaixo dos ambientes sombreados temos diferença de temperatura em relação aos ambientes abertos. Como a região de Guarapuava é muito parecida com as características do centro de origem dela, ela tem se adaptado muito bem. Enquanto normalmente as pastagens perenes sofrem bastante no inverno, a Missioneira Gigante tem conseguido resistir e se recuperar”, observa.

A Missioneira também apresenta uma ótima palatabilidade para os animais e se encaixa na bovinocultura de corte e de leite, com uma boa produção de biomassa ao longo do ano. Outra vantagem desta é que ela aceita muito bem a sobressemeadura de azevém, aveia e culturas de inverno. “A Missioneira Gigante tem tolerância à cigarrinha das pastagens, que é uma característica também muito importante para nossa região, visto que ultimamente algumas pastagens têm sido acometidas pelo Fusarium e outras viroses que são transmitidas por essa praga”, comenta Talyta.

A doutoranda acrescenta que a Missioneira Gigante também se desenvolve muito bem em solos que não possuem fertilidade alta. “O produtor pode implantá-la em ambientes onde o solo ainda não recebeu o tratamento. Ela vai se desenvolver e depois vai trabalhando essa questão. Esta pastagem serve como alternativa para aquelas áreas onde existe plantio de erva-mate, presença de árvores nativas como guavirova, araucária, onde muitas vezes o produtor não tem oportunidade de ter pastagem perene ou naturalizada. Portanto, em pequenas e médias propriedades ela vai muito bem e em sistemas silvipastoris, com a presença de eucalipto ou até mesmo de pinus, se bem planejados e estruturados”.

Conheça o processo de multiplicação das mudas de forragens na Golden Tree

A ideia de que as forragens, dentro da atividade pecuária, devem ser vistas como culturas tem sido cada vez mais difundida. Afinal, os produtores têm entendido que uma pastagem de qualidade vai influenciar diretamente na produção de carne ou de leite.

Mas para ser considerada uma boa forragem, é preciso atenção e cuidados. E tudo começa ao adquirir uma muda ou semente de qualidade. Quando se planta uma forragem por meio de muda, adquirir a muda em local certificado e ter certeza do que está sendo plantado faz toda a diferença no desenvolvimento da pastagem e no resultado que ela irá entregar.

Na Golden Tree o processo de clonagem, reprodução e adaptação das mudas são feitos com atenção e cuidado. A engenheira agrônoma da empresa, Elisana Albach dos Santos, explica que as matrizes permanecem nas estufas durante o período de inverno. “Devido às baixas temperaturas e geadas, deixamos as matrizes nas estufas. Com isso, também é estimulado o crescimento vegetativo por conta do calor. No verão, elas ficam expostas em grades na área externa das estufas. As matrizes duram em torno de cinco a seis meses, mais ou menos”, comenta.

Elisana explica que a partir de um mês após o plantio dessas mudas já é possível fazer a coleta das estacas. Nesta etapa, são retirados os estolões e aí ocorre o corte em cada nó, onde cada um é transformado em muda. Depois deste preparo das estacas, elas são colocadas em bandejas com substrato comercial. “Depois desse processo são levadas para casa de vegetação, onde ficam com umidade controlada para que possam desenvolver a parte radicular”, complementa a agrônoma.

Uma parte importante para as mudas é o processo de “rustificação”. Elisana explica que é nesta fase que as mudas são levadas para fora da estufa para que elas se adaptem às condições mais próximas ao campo. “Quando o produtor leva as nossas mudas para o campo, elas já estão mais adaptadas e resistem as condições adversas. Todo este processo é importante. Por isso, o produtor deve adquirir as mudas em um local certificado. É importante saber aquilo que está comprando. Você tem a garantia que o que você está reproduzindo, neste caso, é a Missioneira Gigante, por exemplo, e não uma outra espécie.  Aqui na Golden Tree fazemos todo um controle de pragas e doenças durante o processo reprodutivo. Desta forma, garantimos que o produtor está levando uma muda com qualidade para o campo”, finaliza.  

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