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Sexta-feira, 16 de agosto de 2019

Fórum sobre plantio direto: comitê buscará criar Índice de Qualidade local

Denominado de IQP, parâmetro é considerado uma forma objetiva de se medir a qualidade de um plantio direto

 
 
Produtores rurais, agrônomos e pesquisadores, de Guarapuava e região, vão formar um comitê para iniciar uma troca idéias visando estabelecer, em nível local, um Índice de Qualidade Participativo de plantio direto. Esta foi a principal ação do Fórum para a Promoção da Qualidade no Sistema de Plantio Direto por meio do Índice de Qualidade Participativo (IQP), realizado nesta quinta-feira, 15 de agosto, no Sindicato Rural de Guarapuava. 
 
Organizado pela Federação Brasileira de Plantio Direto, Parque Tecnológico Itaipu e pela entidade sindical rural, o evento teve por objetivo destacar a importância não apenas de se promover o plantio direto, mas de realizá-lo de acordo com um parâmetro de qualidade, o IQP. Segundo técnicos, o critério permite medir se a técnica está de fato dentro dos pressupostos preconizados para que se obtenha conservação do solo.  
 
Na abertura, o presidente do Sindicato Rural de Guarapuava, agrônomo e agropecuarista Rodolpho Luiz Werneck Botelho, saudou os participantes e reforçou a necessidade de se adquirir mais conhecimento sobre o assunto do plantio direto. O presidente da Federação Brasileira de Plantio Direto (Febrapdp), Jônadan Hsuan Min Ma, explicou o surgimento da federação e o seu trabalho atual. Em entrevista, ele detalhou como viu a importância do fórum: “A gente percebe que o plantio direto, embora tenha começado há quase 50 anos, estagnou em muitos aspectos. O não revolvimento do solo, as pessoas fazem bem. Mas há outros dois princípios que precisam ser mais bem trabalhados: ter cobertura permanente do solo por meio de uma palhada, de planta de cobertura ou outra cultura. E o terceiro princípio: ter a rotação de culturas, com uma diversificação ao longo do ano, no solo, para ter diversidade do sistema radicular, da reciclagem de nutrientes, de inimigos naturais, para produzir de um modo mais dinâmico, gerando então um equilíbrio melhor do meio ambiente”. 
 
A primeira apresentação ficou a cargo de Jeankleber Bortoluzzi, gerente da Febrapdp, que explicou o que é o IQP. Ele observou que o índice foi criado em 2009, que por enquanto está calibrado para uma região do Estado, mas que a intenção é estender a abrangência da iniciativa: “O indicador, hoje, é validado para a região Oeste do Paraná. A avaliação é somente com alguma instituição que foi capacitada a aplicar o IQP. Nosso objetivo agora, através desse fórum, é adaptar para novas regiões. A proposta do evento é justamente iniciar os trabalhos para essa calibração. Vamos debater quais são os problemas que estão acontecendo com o plantio direto aqui na região e propor soluções”.  
 
Também foram enfocados temas como Estratégia para manejo de resistência de plantas daninhas (Francisco Skora Neto/IAPAR), Diagnóstico da compactação do solo e ações mitigadoras (Ricardo Ralisch/UEL), além de Estratégias para aumento da matéria orgânica e fertilidade do solo por meio de plantas de cobertura para rotação de culturas e cobertura do solo no período de entressafra (Ademir Calegari/IAPAR e consultor internacional). 
 
Calegari elogiou a utilização de coberturas de inverno, como aveia e azevém, utilizadas em regiões como a de Guarapuava, mas fez questão de chamar a atenção dos produtores para o que os técnicos vêm observando: uma maior diversidade de coberturas pode trazer melhores resultados agronômicos para o solo, contribuindo tanto para melhorias de perfil quanto para o aspecto biológico: “Com os blends (mix), saímos da monocultura, saímos do uso de plantas individuais e vamos para a biodiversidade. Mais microorganismos, mais reciclagem e consequentemente aumento de vida, aumento de matéria orgânica, de potencial produtivo, mais qualidade, mais produção, mais produtividade, mais renda líquida e maior ganho para o produtor”.  
 
À tarde, o fórum prosseguiu na área de um produtor rural, no distrito de Entre Rios, nas proximidades da Colônia Samambaia. Estações de pesquisadores abordaram conservação de solos e plantas de cobertura. Apresentaram os assuntos profissionais de renome em suas respectivas áreas, como professores e pesquisadores da Universidade Estadual de Londrina (UEL), Instituto Agronômico do Paraná (IAPAR), Unicentro, Universidade Positivo e Embrapa. 
 
Outro destaque foi a presença da bióloga Marie Bartz, filha do produtor rural Herbert Bartz, da região de Rolândia (PR), considerado precursor no uso do plantio direto no Brasil, que no local abordou técnicas relacionadas ao plantio direto e conservação de solos. 
 
No encerramento, o presidente do Sindicato Rural de Guarapuava defendeu o estabelecimento de um IQP para a região: “Temos de fazer trabalhos locais, ver todos esses índices que foram apresentados, que estão sendo usados no Oeste do Paraná, e o que pode ser adaptado aqui”, disse Botelho. 
 
Participaram do fórum produtores rurais, profissionais e estudantes de carreiras ligadas ao agronegócio. Apoiaram o evento: Agrária/FAPA, Centro de Pesquisa Positivo, Itaipu Binacional, Sistema FAEP, Unicentro e Universidade Estadual de Londrina (UEL). 
 
 
 
 
 
 
 
Na imagem: etapa do fórum, no Sindicato Rural de Guarapuava - Ao lado de palestras técnicas com convidados de renome, evento mostrou relato de Herbert Bartz, agricultor da região de Rolândia (PR), considerado pioneiro no uso de plantio direto no Brasil. 
 
 
Foto: Sindicato Rural de Guarapuava
 
 
 
 
 
 
 

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