Fazenda Capão da Lage destaca-se na produção de ovinos

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Quarta-feira, 18 de dezembro de 2019

Fazenda Capão da Lage destaca-se na produção de ovinos

O agropecuarista Marcelo Kunz é ovinocultor há sete anos na Fazenda Capão da Lage, na Comunidade Igrejinha, em Candói-PR. A família sempre manteve os animais para consumo próprio, mas em 2012 ele retornou à propriedade para criar ovinos comercialmente.

Atualmente, Kunz coordena a propriedade juntamente com sua esposa Rubia Kunz. Médico veterinário por formação, ele trabalhou anteriormente com extensão e com a experiência, voltou para a propriedade com uma certeza: tudo começa no solo.

“Ele é a base de qualquer atividade, seja agrícola ou pecuária. Para que se tenha uma pastagem de qualidade, ou seja, o alimento do animal, é necessário investir no solo. É com alimentação de qualidade que se consegue uma carne de qualidade. Todo mundo se preocupa em achar a melhor raça e pastagem, mas ninguém lembra do solo. Adubação não é custo na pecuária, adubação é investimento”, ressalta Kunz.

De toda a propriedade, que também possui agricultura, 25 hectares são dedicados à ovinocultura. “95% dessa área é agricultável. Então, eu consigo entrar com adubação e limpeza. Cerca de 16 hectares eram lavoura. Muita gente me falou que não valeria a pena tirar a agricultura para fazer pasto. Mas tem valido a pena, porque eu sempre tratei o pasto como lavoura”.

Desde que iniciou a ovinocultura comercialmente, Kunz fez um planejamento forrageiro, o qual utiliza há cinco anos. Neste planejamento, 30% da área para atividade é utilizada para o pastoreio. “O resto da pastagem, que é de Tiffton 85, eu faço feno e comercializo. Com isso, eu tiro as despesas da implantação”, explica.

Outro ponto importante para Kunz é que o produtor sempre trabalhe com um planejamento preventivo, pensando sempre nos desafios. “Na minha visão, se você tem capacidade para 100 animais, então tenha 80 ou até metade disso, trabalhando sempre com imprevistos. Porque, por exemplo, esse ano que tivemos um inverno seco, muita gente teve problema com a alimentação dos animais. Aqui na propriedade, como temos um planejamento forrageiro, passamos tranquilo”.

“Mais do que quantidade, o ovinocultor tem que pensar na qualidade”, opina Kunz. Com um rebanho de 180 matrizes e 50 borregas, ele pensa que este número não é o que importa. “É a quantidade de carne por hectare produzida que deve ser visada pelo pecuarista. Hoje nossa produção é de 650 kg/hectare”.

O sistema de produção de ovinocultura na Fazenda Capão da Lage é totalmente extensivo, ou seja, não há confinamento. “As ovelhas passam dia e noite no pasto. Acho os barracões um investimento alto e que nunca se paga totalmente. O produtor faz de um tamanho e depois se quiser aumentar o rebanho, tem que aumentar o barracão”, observa.

Para quem está se perguntando sobre a segurança dos ovinos, Kunz tem utilizado duas “ferramentas” simpáticas: a dupla Zeus e Atena, dois cachorros da raça Pastor Maremano Abruzês, uma raça antiga utilizada em rebanhos. “Eles têm protegido o rebanho contra as onças, graxains e lobo guará. Foram educados para ficar com as ovelhas noite e dia. Só ficam junto com o rebanho. Com isso, temos um investimento baixo em estrutura”. Ele cita ainda outras vantagens neste sistema: “A sanidade é muito melhor quando não fechamos os animais todos juntos. Isso também diminui a mão-de-obra, porque não precisamos fechar o rebanho todos os dias. Além disso, temos os border collies, que auxiliam a buscar os animais quando temos que fazer o manejo”.

O próximo passo do planejamento é aumentar a produtividade de carne, dentro da mesma área. “Quero aumentar a produção ainda ocupando os 30% da área de 25 hectares. Para isso, pretendo voltar a utilizar inseminação e usar protocolo da contra estação”.  

“Ovinocultura é para quem gosta e se dedica. Tem que ter comprometimento de domingo a domingo. Além disso, acho que a ovinocultura só irá se desenvolver em regiões com cooperativas. Aqui em Guarapuava, acredito que esta atividade só está tendo sucesso, devido a Cooperaliança, a qual sou cooperado”, comenta Kunz.

 

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