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Sexta-feira, 23 de agosto de 2019

Encontro divulgou resultados de pesquisas em culturas de soja e feijão

A Agrisus Brasil e a Agro10 Assessoria Agropecuária promoveram o Encontro de Apresentação de Resultados de Pesquisa no dia 3 de julho, no anfiteatro do Sindicato Rural de Guarapuava.

O evento apresentou pesquisas relacionadas principalmente às culturas de soja e feijão. Durante todo o dia, seis palestras e duas mesas redondas debateram assuntos provenientes de demandas dos próprios produtores de Guarapuava e região. “A Agrisus Brasil é uma empresa constituída para gerar informações para a região de Guarapuava. Nós temos um propósito de produzir informações de qualidade para o produtor rural, através de protocolos de pesquisas contratados pelas empresas de desenvolvimento. Desta forma, temos uma possibilidade de maior assertividade do ponto de vista de adoção das tecnologias geradas dentro dessas pesquisas”, explica o sócio-proprietário da Agrisus Brasil, professor Itacir Eloi Sandini.

Segundo ele, as primeiras pesquisas em desenvolvimento pela empresa são sobre manejo das culturas, especialmente identificação de cultivares de soja, milho, híbridos de milho, trigo; manejo de doenças, pragas e plantas daninhas; e também o manejo no ponto de vista nutricional, não apenas de base, mas também utilizando tecnologias que permitam aplicação de produtos via folha. “Também temos trabalhado a respeito da adoção da microbiologia na produção agrícola. Existem estudos que comprovam que microrganismos benéficos como o azospirulum, pseudômonas e bacilos podem contribuir para maior estabilidade em termos de produção. E uma das grandes linhas de pesquisas que estamos trabalhando é exatamente nesse sentido, ou seja, avaliar os efeitos benéficos dos microrganismos na atividade produtiva”. Sandini ainda citou pesquisas sobre o mofo branco na soja e feijão.

O evento teve apoio do Grupo Agrass, Adama, Agrichem, Augustin, Basf, Bela Agrícola, FMC, Ihara, Nufarm, Sindicato Rural, Timac Agro, Total Biotecnologia, OroAgri, Núcleo de Produtores de Bezerros de Guarapuava, Simbiose e Unicentro.

 

Confira um resumo do evento, elaboradoo pela Revista do Produtor Rural do Paraná:

(fotos palestrantes)

Cultivares de soja e feijão: a escolha correta é decisiva para o sucesso do produtor

Leandro Bren – Agrônomo e proprietário da Agro10

“No passado, tínhamos quatro cultivares de soja, quando muito, para fazer as escolhas. A média de produtividade era mais baixa do que a atual, de 3 mil, 3,5 mil quilos por hectare. Hoje, temos uma oferta muito grande de cultivares. Portanto, orientamos que o produtor utilize os resultados que as estações de pesquisa vêm trazendo para fazer a escolha. A diferença entre produzir 4 mil kg/ha e produzir 5 mil kg/ha de soja é muito grande. Com relação aos feijões preto e carioca, observamos diferenças bem interessantes entre os materiais, não tanto em produtividade, mas em termos de resistência à doenças. Hoje existem cultivares mais tolerantes às doenças, que resultam em um menor número de aplicações de fungicida e, consequentemente geram uma maior rentabilidade. Por isso, a escolha por meio de resultados realizados por estações de pesquisa se faz fundamental para o sucesso”.

Eficiência da adubação nitrogenada na cultura do feijão: inoculação, adubação de cobertura e complementar

Guilherme Zambolin – mestrando Produção Vegetal Unicentro

“É possível se produzir de uma forma mais economicamente viável. Apresentei o meu trabalho de mestrado, que diz que a nutrição mineral de plantas está diretamente relacionada à produtividade e que quando é feita com auxílio de microrganismos ou nitrogênio complementar, pode estar se trabalhando melhor com as doses de nitrogênio em cobertura – alcançando maior retorno econômico para o produtor. Acredito que a nutrição de plantas cresceu muito. Porém, do ponto de vista de se utilizar microrganismo, há uma necessidade ainda de mais pesquisas, principalmente quando se fala de inoculante Rhizobium tropici. É necessário conscientizar cada vez mais os produtores de que, por mais que atualmente o microrganismo não seja capaz de fornecer todo o nitrogênio para a planta do feijão, ele é capaz de fornecer parte desse nitrogênio que a planta exige”. 

Controle de mofo branco na cultura da soja

Jaqueline Huzar Novakowiski– agrônoma PhD em Fitopatologia e professora na Universidade de Passo Fundo/RS

“Um manejo com várias estratégias inclui: rotação de culturas com plantas não hospedeiras para mofo branco. Dar preferência para aveia, azevém, milho. Entrar com antagonistas, agentes de controle biológico: tricodermas, bacilos. O manejo de plantas daninhas: tem várias hospedeiras, de folha larga. Combater plantas daninhas já auxilia bastante. Na seleção de cultivares, dar preferência para aquelas com uma arquitetura mais compacta, não tão ramificada, plantas não tão altas, que não promovam um dossel muito adensado. A qualidade de semente: evitar a introdução do escleródio. Se suspeitar, entrar com o tratamento de sementes. E aplicação de fungicida, iniciando no florescimento e trabalhando com uma seqüencial, em R2. Cada uma das estratégias citadas contribui. Apenas depender de aplicação de fungicida não é suficiente. A gente tem que trabalhar o sistema de produção como um todo”.

Efeitos benéficos dos microrganismos na agropecuária

Fabiano Pacentchuk – doutorando em Produção Vegetal Unicentro

“Bactérias promotoras de crescimento de planta é uma abordagem relativamente nova. São microrganismos que buscam promover crescimento de raiz e com isso explorar perfis de solo diferentes, buscar água e nutrientes em maiores profundidades. Além disso, essas bactérias produzem algumas substâncias que promovem o crescimento de plantas, que são hormônios como auxina, giberelina, citocinina e também solubilizam fósforos e atuam no controle biológico de doenças. É um conjunto de fatores que fazem com que essas bactérias promovam o crescimento de plantas e culminam em diminuição de custo de produção e aumento de produtividade. Consegue-se manter os altos tetos produtivos, gastando um pouco menos e sem agredir tanto o meio ambiente. Cada local tem a tendência de apresentar um microrganismo especifico, mas de uma maneira geral para a cultura de milho tem azospirulum braziliense e na cultura de soja tem alguns bacilos que apresentam resultados satisfatórios”.

Inovações tecnológicas Oro Agri

Juliano Woruby – representante técnico comercial OroAgri

“A Oro Agri está trazendo para o Brasil um produto totalmente inovador para controle de plantas daninhas com difícil controle: o Detonator, com características e tecnologias novas para realmente inovar e melhorar a ação dos herbicidas de dessecação no manejo dessas ervas de difícil controle. A Oro Agri busca contribuir na manutenção da produção, uma vez que essas plantas daninhas vem aumentando o custo de produção e onerando o produtor e, muitas vezes, diminuindo a produtividade, uma já ue não podemos aumentar as áreas, mas sim produzir mais nas mesmas áreas. O Detonator, um surfactante específico para herbicidas sistêmicos de dessecação em pré-plantio direto, é eficaz contra as principais espécies encontradas, entre elas a buva, trapoeraba, capim amargoso e capim-pé-de-galinha”.

Controle de pragas na cultura da soja

Samuel Roggia – Embrapa Soja

“Percevejos e lagartas são os principais grupos de pragas da cultura da soja. Com o controle químico existe uma diversidade de produtos maior para o controle de lagartas e isso possibilita ao produtor fazer rotação de moléculas para evitar que a lagarta se torne resistente. Já no caso de percevejos, temos uma situação um pouco mais complicada, porque a diversidade de produtos é menor. Existe um número superior a 40 produtos registrado no mercado. No entanto, esses produtos são mais ou menos dos mesmos grupos químicos. Desta forma, o manejo de percevejos fica numa situação um pouco mais complicada em relação à resistência. Para o controle biológico, existem produtos para o controle de lagartas. Destacamos a lagarta falsa-medideira, por meio de baculovirus e Bacillus thuringiensis, sendo um vírus e outra bactéria. Existe também o uso de Extrato de Nim, que não é um organismo vivo, mas é um extrato de planta. Existem diversas marcas comerciais disponíveis para uso na agricultura e o Extrato de Nim tem boa ação sobre lagartas”.

 

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