Compliance foi tema de palestra no Sindicato Rural

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Segunda-feira, 04 de novembro de 2019

Compliance foi tema de palestra no Sindicato Rural

A FM Talking e a Veritaz – Gestão de Riscos e Compliance, com apoio do Sindicato Rural de Guarapuava, realizaram no dia 11 de setembro, a palestra "Compliance como mecanismo de mudança cultural", com a sócia fundadora da Veritaz, a administradora Letícia Sugai Rocha.

Letícia abordou assuntos como cultura corporativa e como o compliance atua nela; o compliance no setor público; ações para implementar o compliance; e o movimento “Integridade sempre vale a pena”.

Ela explicou à REVISTA DO PRODUTOR RURAL que o compliance é um sistema para detectar, responder e prevenir irregularidades e riscos nas organizações. “Hoje, como este tema está muito quente, ele acaba sendo associado ao combate à corrupção. Mas não é. Trabalhar com compliance é muito mais abrangente que isso. É evitar que determinadas situações prejudiquem as empresas e que também esse sistema a proteja, para que ela tenha um negócio mais sustentável e saudável”.

Ela explica que a tradução literal de compliance é cumprimento. Mas quando aplicado, em termos práticos, o termo exige uma mudança cultural dentro de uma organização. “Eu gosto muito do conceito: é fazer a coisa certa quando ninguém está olhando”.

De maneira prática, Leticia diz que uma das primeiras ações quando se quer introduzir o compliance é a criação de um canal de ouvidoria. “Essa é a principal ferramenta de detecção de irregularidades numa organização, porque você permite que o funcionário denuncie de forma anônima irregularidades que ele está vendo. Muitas vezes, ele está se sentindo ameaçado, oprimido e isso permite que ele traga essas questões à tona”.

Outra iniciativa que a administradora cita é a formação de um comitê de compliance, formado por pessoas capacitadas, geralmente do departamento jurídico e contabilidade. O comitê fica responsável pela discussão das irregularidades e de solucioná-las. Levar treinamento e incentivo para que os colaboradores participem do processo e reconheçam a importância deles também é fundamental, segundo Letícia.

Mas para ela, uma das principais ações e que deve ser a pioneira na implementação de compliance é a análise de riscos da empresa. “Como é algo mais técnico, têm muitas empresas que deixam para o final, mas na metodologia correta, essa etapa tem que ser cumprida no início, inclusive antes da implementação do canal de denúncias, para se ter noção dos problemas e o que precisa ser feito para sanar essas situações”.

Letícia conclui dizendo que estas são algumas das dicas, pois é um sistema muito complexo, que envolve várias pessoas, sendo um trabalho multidisciplinar, mas que vale a pena. “Colaboradores satisfeitos com o ambiente de trabalho, tendem a cometer menos fraudes. Mudar esse clima e cultura organizacional só traz benefícios. E outra estatística importante que o empresário deve saber é que até 5% do faturamento de qualquer empresa é perdido com desvios e fraudes. Imagina isso no setor público, o que poderia ser feito com esse orçamento. São vários os benefícios do compliance”.

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