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Segunda-feira, 24 de junho de 2019

Aventura, diversão e conscientização

Rally aborda uso e conservação do solo e da água

O Rally de Uso e Conservação de Solo e da Água, promovido pela Cooperativa Agrária, chegou a quarta edição esse ano. A competição ocorreu no dia 21 de maio, com 140 participantes, divididos em 34 equipes. Entre os apoiadores, destaque para o SISTEMA FAEP/SENAR e o Sindicato Rural de Guarapuava.

Os carros saíram da sede da Fundação Agrária de Pesquisa Agropecuária – FAPA (distrito de Entre Rios/Guarapuava), percorrendo aproximadamente, 190 quilômetros, sendo que 80% do trajeto foi em estradas de chão, na região de Guarapuava e Candói. A chegada ocorreu no Parque Recreativo Jordãozinho, na Colônia Jordãozinho.

Tornando-se tradição na região, o rally une diversão e informação. Na competição, que é um rally de regularidade, a equipe (formada principalmente por piloto e navegador) deve seguir o trajeto determinado pela organização, mantendo médias horárias e velocidades pré-estabelecidas. Ao longo do percurso também são observadas diversas situações de manejo de solo e água, exemplos positivos e negativos.

O rally teve quatro paradas, onde pesquisas da FAPA apresentaram informações técnicas sobre conservação da água e do solo. Após cada apresentação, os participantes realizaram uma prova, algumas teóricas e outras práticas. Os temas foram Cultivos Outonais – proteção do solo em períodos entre safra, evitando erosão; Mega Parcelas; Bacias de contenções e readequação de estradas e Cultivo em terraços curva de nível. O Sistema FAEP/SENAR e o Sindicato Rural de Guarapuava ficaram responsáveis pela última estação do evento com o tema: Área de Preservação Permanente/Reserva Legal.

A produtora rural Hildegard Abt participou pela primeira vez do rally. “Na navegação, sofremos bastante até aprender a mexer no aplicativo. Mas foi divertido”, comentou. Além da diversão, Hildegard afirmou que achou o evento uma maneira muito interessante de discutir o manejo da água e do solo. “Foi discutido este assunto, que é muito importante, de uma maneira lúdica; Assim, fica mais fácil de assimilarmos. Os produtores são reticentes quando se fala em conservação do solo, porque acham que fazendo o plantio direto, resolve-se o problema. E não é assim. As estações, ao longo do trajeto do rally, mostraram que têm muito mais coisas que podemos e precisamos fazer em relação à conservação de solo e água”, observou.

Além das estações, Hildegard lembrou que o próprio trajeto incluindo diversas situações de má e boa conservação do solo e da água, faz os produtores refletirem. “Um exemplo são as estradas más conservadas, que acabam causando erosão nas lavouras. Ou seja, além de cuidarmos dos problemas das nossas lavouras, também devemos lutar para que as estradas não nos prejudiquem”.

Área de Preservação Permanente/Reserva Legal

A estação do Sindicato Rural de Guarapuava e do Sistema FAEP/SENAR debateu o tema “Área de Preservação Permanente/Reserva Legal”. O instrutor do Senar Leandro Alegransi foi quem apresentou os temas e depois aplicou um questionário para os produtores. “Falamos sobre o bioma que estamos inseridos aqui no Paraná, que é o Mata Atlântica. Buscamos destacar o quanto este bioma já foi degradado e o quanto ele é importante. Restam apenas 7,3% da Mata Atlântica, sendo que ela está presente em 17 estados do Brasil. Um fator importante é a água, já que ele possui oito bacias hidrográficas, que correspondem a 70% do abastecimento da população brasileira. Por isso, preservação da qualidade da água e do solo são tão importantes”.

Em aspectos técnicos, Alegransi também fez uma rápida introdução de como realizar a análise Visual da Estrutura do Solo e de identificação de tipo do solo. “Retirei uma fatia do solo para avaliar a estrutura. Nesta avaliação, o produtor consegue identificar as condições de agregação, de macroagregados e consegue comparar essa fatia do solo com uma carta, que possui fotos de diversas condições do solo, dando uma“nota” de como está a qualidade do solo da sua propriedade. Existe também a carta de textura do solo. Usa a amostra do solo, umedece e vai trabalhando, até que consiga, por meio do tato, avaliar se o solo é argiloso, arenoso ou de textura média. Isso é importante para o produtor, porque sabendo o tipo de solo ele consegue manejá-lo melhor, evitar erosões e alcançar melhores resultados de produtividade”.

Alegransi destacou que todas estas atividades estão incluídas em cursos que o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) disponibiliza ao produtor rural. “Temos seis cursos na área: Manejo de Solo e Água em Propriedades Rurais e Microbacias Hidrográficas, Manejo de Solo na Produção de Tabaco, Manejo de Solo na Olericultura, Manejo de Solo na Propriedade Rural, que abrange todas as culturas, mas focado na produção de grãos e Fertilidade de Solos. Além disso, temos o Agrinho Solos para professores e estudantes do ensino fundamental da educação pública e privada”, citou.

Campeões do Rally

O resultado das três melhores equipes do rally foi divulgado apenas uma hora depois do fim da competição. Em clima de desconcentração, em uma cerimônia no Parque Recreativo Jordãozinho, foram reunidos todos os participantes, autoridades e lideranças rurais, entre eles o secretário estadual de Agricultura e Abastecimento, Norberto Ortigara, o presidente do Sistema FAEP/SENAR, Ágide Meneguette e o presidente do Sindicato Rural de Guarapuava, Rodolpho Botelho.

Recepcionando os participantes, o diretor da Cooperativa Agrária, Arnaldo Stock, grifou mais uma vez o verdadeiro objetivo do rally. “Nós precisamos entregar uma situação melhor do nosso solo para as próximas gerações. É isso que se procura fazer no rally todos os anos: provocar e buscar ideias novas para que a gente possa conservar o solo e a água. Agradeço a participação dos produtores rurais e dos patrocinadores, que permitem que esse evento aconteça e abraçam a mesma causa junto com a Agrária e a FAPA”.

O primeiro lugar ficou com a equipe do carro 34, formada pelos produtores rurais Leonardo Kuntz, Raul Ferreira e Roberto Maciel. O segundo lugar foi para o carro 9, com Arnaldo Stock, Cristian Abt e Otavino Rovani e a terceira colocação ficou para o carro 7, com a equipe João Lucas Naiverth, Davi Naiverth e Timoteo Naiverth.

A equipe ganhadora já havia participado de outras edições do rally. O piloto Leonardo Kuntz disse que percebe a evolução do evento a cada ano, tanto em aspectos de organização, como técnico. “Tem a diversão, mas acredito que a parte técnica é fundamental. Ao longo do trajeto, a gente recebeu muita informação sobre a conservação do solo e da água. São informações que nos faz pensar bastante sobre a importância de cuidarmos do nosso solo e as melhores maneiras de fazer isso”.

Apoiaram também o evento Basf, Pioneer, Adama, Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro) e Bayer.

 

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