Técnicos qualificados para turbinar a pecuária de corte estadual

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Terça-feira, 24 de abril de 2018

Técnicos qualificados para turbinar a pecuária de corte estadual

A partir do treinamento do Pecuária Moderna, profissionais foram capacitados no CTA de Ibiporã para colocar em prática os conhecimentos em propriedades da região



   A região Norte do Estado tem passado por uma transformação na bovinocultura de corte. Com a finalização de uma turma de 31 técnicos do treinamento Pecuária Moderna, um time de especialistas está capacitado para turbinar a produção de carne nas propriedades da região. Apesar da heterogeneidade no perfil dos profissionais, o entusiasmo entre o grupo é unânime. Mais, todos já estão implantando práticas que aprenderam em temas como gestão, manejo, reprodução, alimentação, manejo de pastagens, entre outros.

   O curso tem um total de 10 módulos a serem cumpridos, com 16 horas cada um, totalizando 160 horas. Os professores, escolhidos de forma criteriosa, são sempre as principais referências do mercado em suas áreas.

   As turmas são formadas por veterinários, zootecnistas e engenheiros agrônomos. Eles são o público-alvo justamente para turbinar a assistência técnica demandada pelos pecuaristas. Assim, a transformação da pecuária começa a ser cada vez mais disseminada no cotidiano, durante a prestação de serviços de assistência técnica nas mais diversas propriedades em que eles atuam. No caso de Ibiporã, as aulas começaram no início do segundo semestre de 2017 e estão terminando agora.

   Com a empolgação de quem está prestes a experimentar o primeiro pedaço de carne do churrasco, o engenheiro agrônomo Fábio Lima tem na ponta da língua os números da propriedade de 700 hectares, sendo 390 dedicados ao agronegócio e o restante reserva ambiental, que serviu de estudo de caso para o seu projeto. No total, a propriedade localizada em Faxinal, na região Norte, tem 50 hectares de lavouras e 340 hectares dedicado a pastagem. “Já chegamos a ter 480 cabeças em 2016, mas com a quebra que tivemos na soja, foi necessário diminuir 25% do rebanho para cerca de 360 cabeças”, revela o profissional.

   O projeto de Lima desenvolvido ao longo do Pecuária Moderna, por exemplo, está em fase final e envolve principalmente a implantação de um regime diferenciado no sistema Integração Lavoura-Pecuária (ILP). De forma piloto, na próxima safra será plantada soja onde hoje há pastagem em 35 hectares. E em uma área de 45 hectares da oleaginosa será semeada pastagem. “Nossa intenção é melhorar a oferta de alimento aos animais o ano inteiro. Queremos sair da monocultura da soja e implementar essa integração, investindo também em semeadura de aveia para pastoreio pensando nos meses de inverno e evitar perdas nutricionais do rebanho”, comenta.

   Para o profissional, um dos aspectos mais importantes do curso é o desenvolvimento em relação à gestão. “Esse ponto merece um acompanhamento mais de perto, pois o que temos é uma fábrica de produzir carne todos os dias. O animal que não está tendo conversão
e rendendo adequadamente acaba sendo prejuízo. Ou seja, é necessária uma abertura por parte dos proprietários para mudarmos a cultura do negócio. Só assim vamos avançar em metas, gerar números e melhorar a qualidade e a rentabilidade do nosso produto”, diz Lima.

   O zootecnista Vinícius André de Pietro Guimarães, da Emater em Alto Paraná, na região Noroeste, também participou do curso em Ibiporã. Ele aplicou o projeto em uma fazenda de Paraíso do Norte, justamente pelo fato de o pecuarista já ter um histórico de apostar em novas tecnologias para melhorar seus índices. “Sinto que ter participado do curso tornou possível a atualização de conhecimento para sermos capazes de levar aos produtores uma pecuária mais moderna, técnica, econômica e ambientalmente correta”, aponta. “No meu dia a dia, já estou implantando novidades nas propriedades dos pecuaristas que atendo”, completa.

   Guimarães enfatiza também o fato de o curso proporcionar uma troca de conhecimentos entre os profissionais, algo difícil na rotina de campo. “Na nossa turma, enquanto trabalhávamos conceitos visando eficiência, zootecnistas, veterinários, agrônomos, enfim, todos compartilhavam suas leituras sobre nutrição, genética, sanidade, entre outros. E sabemos que cada profissional tem algo a acrescentar. Esse intercâmbio foi algo que marcou”, ressalta.
Benefício este também percebido por Clovis Rene Glaeser, zootecnista da Emater de Jerônimo da Serra, na região do Norte Pioneiro. Ele avalia ainda que a participação no programa permitiu levar o que há de mais de novo para os pecuaristas da região onde atua. “Foi uma chance única de debater com colegas da área e abrir a mente para processos modernos que envolvem todas as etapas da cadeia produtiva da pecuária de corte. Isso é muito importante porque nossa região tem uma pecuária forte e com capacidade para se desenvolver bastante”, aponta.


Produtores na expectativa

   Rogério Pivato, pecuarista e presidente do Sindicato Rural de Querência do Norte, abriu sua propriedade para um dos projetos de conclusão do Pecuária Moderna, no caso, do zootecnista Vinícius Guimarães. A iniciativa está em fase de implantação e a expectativa de Pivato é que os frutos comecem a aparecer em breve na propriedade de 300 hectares, que abriga 400 cabeças. “A proposta envolve mudanças em relação à pastagem, manejo e nutrição. Nós esperamos que com a implantação venham melhoras nos índices e avaliando para definir as melhores estratégias em cada situação”, revela. “Estou sempre procurando avançar na atividade, porque quem não se atualizar para praticar uma pecuária moderna não vai conseguir se manter na atividade”, complementa.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

(Fonte e foto: FAEP)

 

 

 

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