Cursos do SENAR promovem mudanças em comunidade rural

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Sexta-feira, 31 de março de 2017

Cursos do SENAR promovem mudanças em comunidade rural

Cursos do SENAR geram incentivo para nova fonte de renda na Comunidade Banhado Grande

O Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), por meio dos cursos de capacitação profissional rural, busca contribuir para um cenário de crescente desenvolvimento da produção sustentável, da competitividade e de avanços sociais no campo. São inúmeros cursos gratuitos em diversas áreas da agricultura, pecuária e agroindústria. Por meio deles, produtores e trabalhadores rurais têm a oportunidade da profissionalização e melhoria de renda.

Na Comunidade Banhado Grande (40 Km do centro de Guarapuava), os cursos de produção artesanal de alimentos realizados por mulheres da comunidade trouxeram um incentivo para a busca de uma nova alternativa de renda. No final de 2016, foram feitos cursos de panificação, derivados de mandioca e de leite.

Como a comunidade é distante do centro comercial, é difícil até mesmo a busca por alimentos. Com isso, as mulheres que participaram dos cursos tiveram a ideia de começar a produzir pães, bolachas, bolos e outros quitutes para venda, inicialmente, na própria comunidade. Elas pretendem firmar uma futura parceria com a Prefeitura Municipal, para que os produtos sejam entregues para a merenda escolar na comunidade.

A ideia de promover os cursos no local foi de Eliane G. Santos, professora da Escola Municipal da comunidade. “As mulheres ficaram muito interessadas e a instrutora do curso incentivou bastante a produção não só para consumo próprio, mas como uma fonte de renda. A ideia dos cursos foi justamente pensando neste incentivo, para que elas possam ter uma qualidade vida melhor”.

A participante dos cursos do Senar, Ilda Aparecida Gonçalves, mostrou-se satisfeita com o aprendizado. “Os cursos foram ótimos, porque, muitas vezes, a gente planta, mas não sabe como aproveitar os alimentos. Na minha casa, por exemplo, criamos vacas de leite, mas muitas vezes nem tiramos o leite, só criamos os terneiros. Se tiramos muito, estraga porque não tem o que fazer. Sendo que podia ser uma forma da gente ganhar dinheiro e não precisar ir para a cidade trabalhar. Por isso, nós do interior, precisamos desses cursos. Porque espaço para plantar a gente tem, só precisamos saber o que fazer com o que a gente planta”, ressaltou.

Como os cursos são recentes, o primeiro passo foi o plantio da mandioca para a produção de alguns alimentos. Rafaela Paula de Moraes, uma das participantes, conta que desde que ela realizou os cursos vem fazendo os quitutes em casa. “Dos livros de receitas que recebi, já fiz quase todas. A família e os vizinhos estão aprovando”. Ela e sua comadre Iris Terezinha Rolan já plantaram alguns pés de mandioca e pretendem iniciar a produção em breve.

A comunidade já tem uma associação com um espaço que poderia ser o local de produção. No entanto, a cozinha ainda não está terminada e por isso, ainda não pode ser utilizada. Inclusive, o espaço já tem algumas máquinas que poderão ser utilizadas para a agroindústria, que foram doadas pela Prefeitura Municipal. Mas enquanto o espaço não estiver de acordo com as normas da Vigilância Sanitária, nada pode ser feito no local. Segundo o presidente da Associação Comunitária Banhado Grande, Ademar Paulo de Moraes, há tempo o espaço está sendo construído, mas por falta de verba, atualmente as obras estão paradas. “Fazemos algumas festas durante o ano para arrecadar dinheiro e contamos com a anuidade dos associados, mas é muito pouco para concluirmos a obra”.

Atualmente, em média, 100 famílias moram na Comunidade Banhado Grande. A grande maioria são pessoas carentes que tiram o sustento do que plantam e em alguns períodos do ano trabalham na colheita da batata e da erva-mate.

Estão previstos outros cursos para comunidade, como o de conservas, molhos e temperos. “No ano passado, tentamos vender repolho, alface e outras verduras. Mas a venda não foi muito boa e não conseguimos consumir tudo. Acabou estragando muita coisa, por isso estamos com expectativa do curso de conservas, que vai nos ajudar a aproveitar esses alimentos”, conta Ilda.

Para o supervisor regional do Senar em Guarapuava, Aparecido Ademir Grosse, as pessoas das comunidades rurais muitas vezes possuem bastante matéria-prima em suas propriedades, mas não possuem o hábito de diversificar nos pratos. Neste sentido, os cursos do Senar podem ajudar. “Por exemplo, são poucas propriedades que utilizam a mandioca para fazer pão ou o milho para fazer bolos, curau e até suco. Por isso, os cursos de alimentos podem auxiliá-los a enxergar outras possibilidades de alimentos para as famílias. O interessante na Comunidade Banhado Grande, em especifico, é que eles não tinham o hábito nem de plantar a mandioca, por exemplo, que é um alimento de fácil cultivo. E o curso despertou esse interesse nas mulheres, para diversificar a alimentação de suas famílias e por que não, gerar uma renda extra”, finalizou. 

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